Começou a funcionar ontem o sistema que permite aos clientes autorizarem o compartilhamento de dados pessoais e financeiros entre instituições bancárias. O “open banking”, ou sistema financeiro aberto, tem como objetivo facilitar o acesso a produtos e serviços bancários, como empréstimos e cartões de crédito, entre diferentes instituições autorizadas pelo Banco Central.
Ainda, possibilita a movimentação de suas contas bancárias a partir de diferentes plataformas e não apenas pelo aplicativo ou site do banco, de forma segura, ágil e conveniente. O sistema vai começar a funcionar gradualmente e com consentimento dos usuários, que vão poder escolher quais dados, por quanto tempo e entre quais instituições compartilhar. Neste primeiro momento, conforme a Febraban (Federação Brasileira de Bancos), poderão ser compartilhados dados de cadastro, que incluem informações pessoais, endereço e renda.
A partir do momento em que o usuário autorizar o compartilhamento, permitirá que uma instituição financeira acesse as informações de outra, e esse procedimento será vinculado a uma oferta de produto ou serviço específico, como financiamentos, abertura de conta ou cartão de crédito. De acordo com diretor-executivo da Sicredi Rio Paraná PR/SP, Vanderlei Gonçalves de Oliveira, o open banking irá gerar maior competição entre os bancos, instituições financeiras e cooperativas através de ofertas mais vantajosas para o associado/correntista, e oferta de produtos personalizados ao seu perfil. “Este é o principal objetivo do Banco Central ao instituir este sistema”, afirma.
Conforme o diretor-executivo, atualmente, uma instituição financeira “não enxerga” o relacionamento do seu cliente, no caso das cooperativas, o relacionamento do seu associado com outras instituições. “Com o open banking terá maior competição com ofertas de melhores serviços. Com a permissão de cada correntista, as instituições se conectam diretamente às plataformas de outras instituições participantes e acessam exatamente a base dos dados autorizados. Esse processo é em ambiente seguro, e o usuário pode cancelar o compartilhamento quanto melhor entender. O prazo do compartilhamento é de 12 meses”, explica.
Ainda de acordo com Vanderlei, as ofertas mais vantajosas das instituições serão equivalentes ao perfil de cada associado. “Também no caso do Sicredi, será mantido o contato Ativo com o associado; manteremos a personalização; mesmo tendo todos os produtos e serviços e meios tecnológicos, iremos manter a essência cooperativista e proximidade com o associado”, salienta.
Conforme reportagem da “Agência Brasil”, a partir do dia 30 de agosto será possível fazer pagamentos pelo Pix usando o open banking, o que vai permitir que essas transações sejam feitas pelos chamados iniciadores de pagamento, que podem ser aplicativos de compras ou até de mensagens. Já a partir do dia 13 de setembro, poderão ser autorizadas as trocas de informações sobre contas e movimentação financeira. Depois do dia 27 de setembro, os usuários vão poder disponibilizar os dados sobre operações de crédito e cartões de crédito.
O sistema foi elaborado para que seja possível aceitar o compartilhamento de forma intuitiva, ao demonstrar o interesse na oferta de um banco o usuário indique as informações que quer compartilhar e seja encaminhado à plataforma da instituição que irá fornecer os dados. Pela regulamentação estabelecida pelo Banco Central, é obrigatória a participação no open banking de todas as grandes e médias instituições financeiras do país.
- O cliente tem o controle total dos seus dados;
- Todo o processo ocorre num ambiente com diversas camadas de segurança, com autenticação do consumidor e das instituições participantes;
- Somente instituições autorizadas participam;
- Regras de segurança cibernética precisam ser cumpridas;
- Há regras também para responsabilização das instituições e de seus dirigentes;
- O Banco Central supervisiona todo o processo.
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Vanderlei afirma que open banking trará maior competição