Obesidade: problema deve ser encarado com seriedade e sem julgamentos superficiais

EDITORIAL - DA REDAÇÃO

Data 02/03/2025
Horário 05:25

A obesidade, um problema de saúde pública crescente, tem se tornado um dos maiores desafios contemporâneos. As estatísticas são alarmantes: segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), mais de 650 milhões de adultos em todo o mundo são obesos, e o Brasil segue essa triste tendência com índices cada vez mais altos. Em 4 de março é lembrado o Dia Mundial da Obesidade. A data é dedicada à disseminação de conhecimentos sobre a doença e também busca combater o estigma social a respeito do problema. Na edição de hoje, O Imparcial aborda o tema com o endocrinologista de Presidente Prudente, André Camara.
Importante observar que a obesidade não é apenas uma questão estética ou de aparência física. Trata-se de uma condição médica séria que traz consigo uma série de riscos à saúde, podendo comprometer significativamente a qualidade de vida dos indivíduos afetados. Além disso, as doenças relacionadas ao excesso de peso, como diabetes tipo 2, hipertensão, doenças cardiovasculares, apneia do sono e até mesmo alguns tipos de câncer, têm se tornado uma preocupação crescente nos sistemas de saúde.

O mais alarmante é que muitos dos problemas de saúde associados à obesidade podem ser prevenidos ou até mesmo tratados com mudanças no estilo de vida, incluindo uma alimentação mais balanceada e a prática regular de atividade física. No entanto, ainda existe uma falta de conscientização ampla sobre os perigos que o excesso de peso pode acarretar. A ideia de que a obesidade é uma mera questão de "falta de disciplina" ou "preguiça" ignora as complexas causas multifatoriais dessa condição, que incluem aspectos genéticos, ambientais, psicológicos e sociais.

É preciso, portanto, derrubar estigmas e preconceitos. O combate à obesidade exige mais do que simples julgamentos superficiais; demanda uma abordagem abrangente e empática, que envolva políticas públicas de prevenção, educação e apoio psicológico. A conscientização é fundamental para que as pessoas possam identificar, desde cedo, os sinais do problema e procurar ajuda profissional. A sociedade precisa entender que a obesidade não é uma escolha, mas uma condição que, em muitos casos, está profundamente enraizada em fatores que estão além do controle individual.

Além disso, a obesidade não afeta apenas o corpo, mas também a saúde mental. O estigma social e o julgamento constante podem levar a quadros de depressão, ansiedade e isolamento social, que pioram ainda mais o cenário. A saúde mental e a autoestima desempenham papéis fundamentais no processo de prevenção e tratamento, e deve-se investir em um cuidado integral que abarque tanto o bem-estar físico quanto psicológico.

O caminho para a redução dos índices de obesidade passa pela conscientização, pela mudança de hábitos, pelo incentivo à atividade física e pela promoção de uma alimentação saudável. A saúde pública deve, portanto, ser reforçada por ações educativas eficazes que permitam às pessoas compreenderem os riscos de uma vida sedentária e de hábitos alimentares inadequados. Juntos, podemos enfrentar esse desafio e garantir uma vida com mais qualidade para todos.

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