O que trabalhar em nossas crianças?

OPINIÃO - Marcos Alves Borba

Data 30/06/2021
Horário 05:00

Seja possível que grande parte de nossa sociedade já esteja se perguntando: chegamos até aqui, estamos no meio do ano de 2021 e o que realmente aprendemos? E o que precisamos esperar mais? Nesse conceito de esperar e o quanto precisamos aprender para depois fazer, se cria uma ansiedade ligada aos fatos e que sempre nos impulsiona num aprendizado que nossas crianças almejam, devido a um futuro sempre promissor que podemos construir. 
A educação tem como objetivo preparar a criança e o jovem para o futuro que, ela como adulto, vai enfrentar. Um dos grandes dilemas é o que um aluno aprende na escola, hoje, dificilmente ainda será relevante no momento em que ela se formar na faculdade. 
Estudos da Universidade de Oxford apontam que 47% dos trabalhadores serão eliminados nos próximos 20 anos. Lendo um artigo do consultor de inovação, Greg Satell, ele afirma que muito do que sabemos sobre o mundo não será mais verdade em uma ou duas décadas. Com isso, o futuro das crianças precisa ser repensado. A era digital de maneira muito rápida, onde computadores do futuro não serão digitais. Os próprios códigos de software estão desaparecendo ou, pelo menos, perdendo relevância, escreveu. 
Pensando nisso e já por algum tempo ficamos nos perguntado, quais seriam as habilidades que nossos filhos precisam ter no futuro, já que programar não será uma delas? Segundo Satell, conhecimento em ciências exatas vai continuar importante, mas saber se comunicar e trabalhar em equipe se tornaram diferenciais. 
Os assuntos que aprendemos na escola foram quase sempre estáticos. Dois mais dois sempre foram iguais a quatro e Colombo, de fato, descobriu a América em 1492. Em geral, interpretações podem ter se diferenciado de um lugar para outro e evoluído ao longo do tempo, mas aprendemos que a história do mundo era baseada em fatos e fomos avaliados com base neles. 
Os próprios computadores também serão muito diferentes, menos fundamentados em uns e zeros e mais em leis quânticas ou no cérebro humano. "Desta forma, as crianças precisam aprender menos sobre como as coisas são hoje e mais sobre os sistemas nos quais as tecnologias futuras serão baseadas, como a dinâmica quântica, a genética e a lógica do código", avalia Satell. O que economistas já constataram é que trabalhos rotineiros têm maior probabilidade de serem substituídos por robôs. E a melhor maneira de preparar os futuros profissionais é desenvolver a capacidade de aprendizado e de adaptação das crianças.
Podemos de maneira muito sutil entender que precisamos gradativamente efetivar nossa base de conhecimento, avançando e dando credibilidade às nossas crianças, e que busquem, caso possam ter boa dinâmica de se comunicar, poder trabalhar em equipe. Quem realmente seguir por esse caminho irá se destacar para um mundo novo e moderno. 
 

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