O que é “vote consciente”?

OPINIÃO - Renato Michelis

Data 27/08/2024
Horário 04:30

Cinco séculos a.C., na cidade grega de Atenas, surgia o político Clístenes, considerado o “pai da democracia ateniense” e o responsável por liderar a primeira experiência democrática da antiguidade clássica em uma rebelião que derrubou o então tirano. Reformulador das leis ateniense, Clístenes estabeleceu a ideia de isonomia, cujo princípio é que “todos os cidadãos são iguais perante a lei”.
Um século depois, o filósofo grego Platão considerou que a democracia, por mais que envolvesse a participação do povo, era injusta. O sistema de governo chamado de “Sofocracia”, defendido por ele, significava que o governo deveria ser dos sábios, pois estes eram justos e sensatos. Platão acreditava que todas as formas de governo poderiam ser corrompidas pelos homens porque os mesmos não possuíam a educação e a virtude adequada. Sendo assim, descreve uma sociedade perfeita que foi intitulada “A República”, livro que o notabilizou como um dos maiores filósofos da história.
Dois milênios se passaram e, com ironia e sagacidade, em um discurso para o Congresso Americano, em Washington, o então primeiro-ministro britânico, Winston Churchill, resumiu seu pensamento sobre a democracia como forma de governo, dizendo: “é a pior forma de governo, exceto por todas as outras formas que já foram tentadas na história”.
Independente das críticas, de fato, apenas um sistema democrático nos oferece a oportunidade de escolhermos nossos governantes com liberdade, e caso façamos a opção errada, ainda nos concede a chance de troca-los após vencido o mandato. 
O voto é a ferramenta mais importante na construção de uma sociedade justa e perfeita. Por mais que individualmente pareça pouco, quando agrupado, é o retrato dos ideais de um povo. 
Se nos conscientizarmos que o poder do voto é o caminho para a construção de uma cidade desenvolvida e se entendermos a importância de escolher com sabedoria em quem votaremos para prefeito e vereadores, daremos o primeiro passo rumo a uma cidadania plena, onde nem a obrigatoriedade do voto seja mais necessária, pois saberemos o suficiente para decidirmos o futuro que desejamos.
E, voltando ao filósofo Platão, cito uma de suas mais famosas frases: “Tente mover o mundo, o primeiro passo será mover a si mesmo”. Vote consciente!

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