Não existe nada mais divertido do que a Festa de Natal com crianças. Elas aguardam os presentes que vão ganhar com ansiedade, de preferência, brinquedos! Faço parte de uma geração que herdou dos pais muitas tradições antigas, com brinquedos feitos perto de casa, muitas vezes produzidos por artesãos especializados: bonecas de pano, carrinhos de madeira, bolas de gude e piões. Quando eu era muito pequeno a nossa diversão era pilotar os carrinhos de rolemã, correr atrás de balões, empinar pipas, jogar bafo. Brincar com brinquedos de madeira envolvia a imaginação e a criatividade das crianças, pois esses brinquedos não tinham funções pré-programadas. Eles permitiam que as crianças explorassem e inventassem seus próprios jogos e histórias, estimulando o desenvolvimento da imaginação e a habilidade para solucionar problemas.
Mas eu cresci no Brasil que se transformava rapidamente numa sociedade urbano-industrial. E os brinquedos que tive acompanharam as mudanças que ocorreram no país. Os avanços tecnológicos da atividade industrial permitiram a produção em massa de brinquedos. As fábricas começaram a produzir bonecas, carrinhos, trens de brinquedo e muitos outros tipos de brinquedos. Eu tinha 5 anos quando ganhei o melhor de todos os presentes de Natal da minha vida: um Jeep modelo “Forças Armadas USA” com carroceria fabricada em chapa de ferro, pneu meio balão e decoração no capô. Ele tinha um design robusto, feito de metal resistente, e oferecia uma experiência semelhante à dirigir um carro de verdade! Era preciso pedalar, pedalar, pedalar....controlando o volante para a direção desejada. E muitos outros brinquedos mecânicos surgiram no mercado, alimentados por movimentos manuais ou por mecanismos de corda. Por exemplo, carrinhos de metal que eram puxados por uma corda ou bonecas que acenavam ao se acionar uma alavanca. Esses brinquedos são considerados atualmente clássicos e ainda são valorizados por colecionadores.
O cômico desta história é que eu achava que nos dois anos seguintes também tinha ganhado um Jeep novo! O primeiro deles era vermelho, mas no ano seguinte eu ganhei um verde e depois um azul. Descobri muitos anos depois que o meu pai recolhia, numa certa época do ano, o carrinho esquecido no quintal para preparar o novo presente de Natal (rsss!). Bem, a introdução dos videogames e dos brinquedos eletrônicos devem possuir suas vantagens tecnológicas e educativas, mas essa evolução na forma de brincar eu deixo para outras crianças que nunca fui.... boas festas!