A neblina cobre a cidade de Londres. Um homem caminha pelas ruas solitariamente sob a luz pálida da lua. Procura um rosto de uma mulher na multidão. Ela lembra Mirena, seu grande amor, que saiu desse mundo de maneira trágica, deixando ele inconformado, o levando à loucura.
Séculos se passaram e ainda pensa em Mirena. Ficou revoltado com Deus e rompeu com toda a sua fé. Após a morte de Mirena, ele mostra um grande cinismo para a raça humana e ficou desprovido de qualquer sentimento ou emoção de piedade. Se julga superior e sua crueldade e indiferença são profundas. Sente prazer em fazer as pessoas sofrerem.
Caminha envolvido numa longa capa negra que se arrasta pelo chão, usando um chapéu de abas largas para que ninguém veja seu rosto. Ele guerreou muitas vezes defendendo Deus e para ele Deus não foi justo levando Mirena para morar ao seu lado. Ele achava injusto Deus tirar o que era mais importante para ele, quando ele havia dado tanto a Deus e Mirena era uma mulher tão pura e irrepreensível que não merecia morrer.
Ele começou a procurar maneiras de se tornar imortal e mostrar a Deus que não tinha uma palavra final em tudo e que poderia desafiar os decretos de Deus existindo fora deles e desprezando a Deus em sua vida eterna. O navio que o trouxe a Londres chamava Deméter e fez sua última viagem. Não acharam nenhum tripulante, apenas o diário do Capitão dizendo: Eu conheci o mal. Na sua vida mundana ele não pode amar, porque tudo que ele ama ele destrói. O rosto dessa mulher, que lembra Mirena, o deixou intrigado. O desejo de amar o fez sentir humano. Sentiu saudades da sua terra natal, Transilvânia, na Romênia, e se viu ao lado de Mirena contemplando a luz do sol que jamais ele poderá ver de novo.
Não se iludam com seu charme, ele tem várias formas e apenas está interessado na vida que corre nas artérias da raça humana de cor vermelha que dá a ele a eternidade. Seu olhar é frio como uma espada. Seu nome é Drăculea, o Príncipe das Trevas.
"Foi há muito tempo atrás que tornei-me o que sou
Fui preso nesta vida como um cordeiro inocente
Agora não posso nunca mostrar meu rosto ao meio-dia
E você apenas me verá andando sob a luz da lua
A aba de meu chapéu esconde os olhos de uma fera
Tenho o rosto de um pecador, mas as mãos de um padre
Oh você nunca verá minha sombra ou ouvir o som dos meus pés..."
Versos da canção de Sting, Moon Over Bourbon Street