O estranho (mas infelizmente comum) caso do maridão tóxico na praia

Roberto Mancuzo

CRÔNICA - Roberto Mancuzo

Data 14/01/2025
Horário 05:30

Estava na praia e bem logo à minha frente chegou uma família inteira: pai, mãe e três filhos. 

Assim que armaram o guarda-sol, o maridão se sentou, puxou uma cerveja de dentro da caixa térmica e pronto: ele já estava na praia!  

A mulher, porém, ainda não porque a coitada teve que arrumar todo o resto!
 
Sério, ela correu por muito tempo para uma série de tarefas: passar bronzeador nos filhos, colocar boia em um deles, acertar a esteira da mais velha, tentar fazer o mais novo comer um lanche, ajustar até o som da caixinha e depois ainda ficar olhando para o mar com ar de preocupada porque duas das crianças já tinham se desgarrado dali e estavam na água. 

Até que, enfim, por misericórdia divina, ela conseguiu se sentar e deu para sentir de longe o prazer do longo suspiro de alívio, mas que acreditem, não durou muito porque o alecrim dourado do marido pediu para a mulher se levantar e pegar uma cerveja para ele! Juro! 

Gente, por mais que já estejamos em 2025 e com muitos avanços na relação entre homem e mulher, a gente ainda vê o patriarcado e o machismo acontecerem de uma forma nua e crua. Estrutural mesmo!

Eu não posso falar da parte dela, especialmente de como esta mulher se sente, se concorda ou não com isso. Mas posso falar da minha condição como marido porque cenas como essa me ajudam a prestar sempre muito mais atenção a tudo que eu faço em casa e como posso ser um companheiro muito melhor para minha esposa! 

Não é sobre ser perfeito, mas é sobre não ser um belo de um folgado machista e aproveitador!
 

Publicidade

Veja também