O Esporte paralímpico no Brasil

OPINIÃO - Paulo Roberto Brancatti

Data 13/10/2021
Horário 06:00

O Brasil encerrou sua participação nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020 na 7ª colocação no quadro geral de medalhas, confirmando dessa maneira, numa das melhores participações em várias modalidades desportivas, revelando tanto as mulheres como os homens em condições de deficiências nas práticas desportivas.  Foi em Tóquio que chegou a 100ª medalha de ouro na história dos Jogos Paralímpicos para o Brasil. Das 22 medalhas de ouro obtidas, 20 delas foram alcançadas por esportistas beneficiados pelas Bolsas Atleta, sendo 18 de integrantes da categoria Pódio. 
Esses vários tipos de bolsas desportivas são resultados dos investimentos feitos pelo CPB (Comitê Paralímpico Brasileiro) desde 2005, quando o mesmo estabeleceu um calendário de eventos para as modalidades de atletismo e natação através da criação do Circuito Loteria Caixa Brasil paralimpico, que alcançou naquele período (2005-2010), a participação de mais de 3.000 atletas nesses cinco anos de eventos. (Mello e Winckler, 2012)
Cabe ressaltar que, o esporte para pessoas com deficiências tem seu marco inicial a partir do final da Segunda Guerra Mundial para atender soldados lesionados durante a guerra, e no Brasil, nos anos seguintes, mais precisamente, nas décadas de 50 e 60 (século XX) começou aparecer pessoas com deficiências interessadas em práticas desportivas nas modalidades do basquete em cadeiras de rodas, atletismo, natação e esgrima. 
O Brasil está nesse canário nacional e internacional, revelando melhores resultados sobre os atletas que vêm alcançando desde quando as ações do CPB tornaram-se mais efetivas, com investimentos nas categorias de iniciações desportivas, até as competições dos circuitos realizadas em várias cidades brasileiras. E, também, com ações voltadas aos estudantes na Educação Básica como também aos estudantes no Ensino Superior, com organizações de eventos paradesportivos para estudantes do Ensino fundamental e também com os Jogos Paradesportivos Universitários, que são realizados anualmente em parcerias com Prefeituras, Secretarias Estaduais e universidades. 
Nesse sentido, para evidenciar essas ações, destacamos dois grandes momentos importantes para os envolvimentos das pessoas com deficiências nas práticas desportivas: a realização dos Jogos Paralímpicos de 2016 no Rio de Janeiro no Brasil e a Criação do primeiro Centro de Treinamento Paralímpico em São Paulo em 2016. 
A partir dessas ações desportivas pelo Brasil. o CPB criou uma empatia com a população demonstrando que, as pessoas com deficiências podem e devem ser inseridas às práticas desportivas a partir do entendimento de suas deficiências não como limitações, mas como possibilidades de ações do movimento corporal. Por isso, o CPB também começou investir em novas formações de profissionais para trabalharem com essa população, dentre eles, professores de Educação Física, fisioterapeutas, técnicos, classificadores funcionais e outros na área de logísticas e propagandas. 
Aqui em Presidente Prudente, através da Unesp, e em parcerias com a Prefeitura e escolas vem tentando inserir pessoas com deficiências nas diversas modalidades desportivas, e os resultados apareceu em vários eventos nacionais e internacionais, principalmente na modalidade do atletismo. Atualmente, as ações desportivas estão suspensas devido a Covid/19, e, espera-se que a partir de 2022 os investimentos e os incentivos possibilitem as descobertas de novos talentos para a cidade e a região. 
Por fim, reforçamos que, a Educação Física, enquanto área do conhecimento, não somente como prática, mas também como um espaço de sistematização de ações pedagógicas e saberes sobre essa prática de atividade física e esporte, pode estar presente nas escolas, bem como, em outros ambientes sociais, e abranger as pessoas com deficiências nas suas várias peculiaridades, como, na sua adaptação biológica, e na capacidade de responder corporalmente às dinâmicas do esporte. (Mello e Winckler, 2012) (Referências: Mello e Winckler. Esporte Paralímpico. Atheneu Editora. São Paulo, 2012)


 

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