Quando pensamos em ciência, logo trazemos à mente nomes como Albert Einstein, Linus Pauling, Mendeleiev, entre outros, e seus grandes feitos ao progresso da humanidade. Difícil associar à ciência tudo que nos rodeia de uma forma simples e direta. E isso pode estar entrelaçado ao fato de trazermos o contexto de ciência ou cientista a grandes descobertas que revolucionaram a humanidade. Do simples ao complexo, há ciência envolvida e cientistas sem renomes integrados nisso. E como percebemos ciência envolvida ao mundo vegetal? Associar o mundo vegetal à ciência complexa, sistêmica e cognitiva é visto como algo imaterial e surreal, contudo, esse sistema integrativo nos sustenta desde o início da vida. Atentar-se ao contexto vegetal da forma que este interage com nosso cotidiano, vai além das questões técnicas e didáticas. É preciso integrar essa ciência no nosso dia a dia.
Pensando em ciência vegetal de forma sistêmica e integrativa, centros de estudos ligados ao reino vegetal focam na busca do entendimento destes seres vivos complexos e inseridos no mesmo contexto ao nosso. Quando percebi que a vida vegetal traz questões e respostas altamente eficazes ao meio inserido, mudei minha visão de planta como ser inerte ao ser complexo e altamente responsivo ao meio a qual está submetido. Meio esse sendo modificado e levando as plantas a adaptações em respostas a essas alterações.
Como uma ciência tão complexa está tão oculta aos olhos da sociedade, da escola, da universidade e de cada um de nós? Que tipo de pensamento sobre ciência precisamos para entendermos o que nos rodeia? Exigimos respostas eficazes e, ao mesmo tempo, duvidamos da ciência envolvida nela! A quebra dessa mentalidade pela sociedade se dá a partir da criança na escola com o entendimento que há ciência em tudo, inclusive nas plantas que nos rodeiam e nos alimentam.
Seria um grande marco de entendimento desse complexo vegetal que nos cerca e ao qual estamos inseridos. A universidade é responsável pelo desenvolvimento dessa mentalidade de ciência profunda e investigativa, como fazemos no Cevop, buscando entender a complexidade de respostas vindas das plantas e aumentando as questões envolvidas nessas respostas.
Aguçar a ciência precoce, através das crianças nas escolas, poderia resultar em gerações envolvidas nas questões que nos rodeiam e nos desafiam de maneira mais generalista e natural, gerando cientistas de forma continua. Já se passaram mais de 20 séculos e o paradigma de ser cientista ainda se encurrala na prerrogativa da ciência ser para poucos. Precisamos inserir a naturalidade da prática científica, da busca de respostas para os grandes desafios.