Este espaço está cansado. Cansado de escrever, de alertar, de cobrar sobre a mesma coisa. Porém, mais exaustiva ainda é a realidade imposta pela dengue, que avança sem freios sobre o oeste paulista. Entre segunda e terça-feira, foram 518 novos casos na região, elevando o total de confirmações para 9.111 apenas neste ano. Sete pessoas perderam a vida. Outras nove mortes ainda estão sob investigação, assim como 4.280 casos suspeitos.
O cenário é desolador e, lamentavelmente, previsível. A dengue não é uma novidade, tampouco o seu impacto devastador sobre a saúde pública. A cada surto, repete-se a história: hospitais lotados, servidores sobrecarregados, famílias enlutadas. E, por trás desse ciclo de dor, a mesma equação de negligência: falta de investimento na prevenção, insuficiência de campanhas efetivas e um comportamento social que, por vezes, subestima o perigo.
O editorial está cansado, mas não se omite. A responsabilidade é de todos: autoridades, sociedade, imprensa. O combate ao Aedes aegypti exige mobilização coletiva e uma mudança de postura imediata. Enquanto a discussão se arrasta e as soluções se postergam, a dengue segue fazendo vítimas. E essa, sim, é uma notícia que precisa parar de se repetir.
A história tem mostrado que soluções definitivas não virão sem uma forte pressão social e política. A população precisa exigir medidas mais eficazes, que vão desde investimentos na saúde pública até fiscalização mais rigorosa de espaços propícios para a proliferação do mosquito. E a administração precisa corar da sua população a devida colaboração que, muitas vezes, é insuficiente.
