Um projeto simples, despretensioso e que ainda insiste na quebra de paradigmas, na derrubada do preconceito, no fomento para visibilidade da participação da figura paterna na criação e educação dos filhos... Entre outras, estas são características do Papai Educa, que há um ano abriu portas para o discurso sobre paternidade ativa e responsável. Na busca de desmistificar a antiga concepção de que o pai é apenas o provedor financeiro do lar, conduzimos a concepção no campo familiar de que homens e mulheres estão lado a lado e esta linha horizontal não anula e nem inverte papéis.
Ao longo deste período, neste espaço e nas redes sociais, debatemos sobre os mais variados assuntos, desde os que cercam o comportamento das crianças em determinadas fases da vida aos que norteiam o papel do homem, seus anseios, frustações, sobrecargas e alentos, tão comuns a todos nós que compartilhamos da vontade de equilibrar amor e limites numa proporção que possibilite uma geração de pessoas mais emocionalmente saudáveis.
Fomos parceiros e embaixador de importantes congressos nacionais de mães e pais, na capital e grandes municípios; palestramos em eventos; apoiamos campanhas; estivemos próximos daqueles que acreditaram na nossa proposta de trabalho; entramos para o time de blogueiros da revista Pais & Filhos, a maior do segmento no país; tivemos artigos publicados em diversos jornais paulistas, sites; e ainda há tratativas em andamento para que o Papai Educa continue alcançando seu público-alvo.
Com o tempo, houve compartilhamento de ideias, experiências, aprendizado e amadurecimento. Muito, diga-se de passagem... Acredito que mais a mim que a qualquer um que acolheu nosso conteúdo de fevereiro a fevereiro. Algumas vezes foi necessário o pé no acelerador e outras no freio. Aliás, este foi o maior desafio para conciliar aquilo tudo que nos propusemos a fazer.
As cobranças no meio do caminho me tiraram da zona de conforto. Ou seria de desconforto? Venci, achei mais tempo para mim, amenizei o autojulgamento, a autocrítica e, quando penso que não vou dar conta do recado, não me recuso a buscar descanso, ajuda, fôlego e retomar do ponto de onde parei. Também me permiti enviar à sucata os velhos carros enguiçados que a gente insiste em tentar fazê-los “pegar no tranco” ladeira a baixo. Quando não deu mais, descartei.
Pai não é coadjuvante, não é ajudante e sequer um colaborador na rotina familiar. Ser e estar presente para suprir as necessidades da prole é sua função. Vai muito além da troca de fraldas, do preparo da mamadeira, da papinha, da condução ao colégio, do acompanhamento na tarefa escolar ou mesmo da interação com os pequenos nas leituras, brincadeiras, no lazer ou na visita ao pediatra. Ele conecta pelo olhar, mantém diálogo constante, direcionamento para manutenção de valores e promove vivências e contatos reais, não tão presos às cifras monetárias e às telas de dispositivos móveis.
O caminhar nesta seara é desafiador. A nós é ainda maior, já que nos aventuramos a influenciar outros pelos meios digitais. Queremos cidadãos éticos, conscientes de seus direitos e deveres e que saibam, acima de tudo, investir em si e naqueles pelos quais são responsáveis. Confiança é a palavra-chave diante de tamanha insegurança. E, como não existe fórmula e nem manual de instruções de como se educar sem o cometimento de erros, seguimos em frente dividindo o que deu certo ou não. A tentativa é acertar.
Chega de rótulos, de conceitos machistas e feministas! Não somos “super-homem”, nem “paizão”, muito menos “super-pai” e “marido exemplar”, ao mesmo tempo em que não me canso de dizer que não buscamos elogios. Reconhecimento basta! Também não estamos à procura de teorias para disciplina. Os tutoriais podem nos esclarecer, mas não nos prender àquilo que é instintivo e que o dispor-se a fazer efetiva a prática. Assim sendo, não coloque obstáculos para chegar ao cerne de sua verdade! Aprenda, divida, ensine!
Os ingredientes do bolo
“Nunca neguei colocar a mão na massa! E antes mesmo que os ingredientes fossem adquiridos, eu estava disposto a fazer o bolo. É provável, e desejo que assim seja, que permaneça neste preparo a minha vida toda. Acertando, errando, buscando o melhor ponto desta mistura. A cozinha às vezes cansa, dá trabalho, mas aquilo que dela sai sacia, alimenta, satisfaz, alegra... Talvez, no futuro, eu nem me lembre de tudo que usei ou, quem sabe, o tempo seja generoso com minha memória e ainda torne possível compartilhar a receita com você!”. Acompanhe nosso trabalho também nas redes sociais – Instagram (@papaieduca) e Facebook (Papai Educa).