O novo prefeito de Presidente Bernardes, Reginaldo Luiz Ernesto Cardilo (PP), mais conhecido como Nadinho, após tomar posse do Executivo na sexta-feira, deixou de atuar na profissão de comerciante, desde ontem, e afirma ser “seu dever” dar um respaldo aos munícipes, já que a administração passa por momentos “delicados”, como ele mesmo classificou. Sobre as primeiras impressões e principais desafios que acredita enfrentar a partir desta semana, Nadinho lembra que já busca alternativas para “enxugar as despesas”, como uma auditoria interna, além de dizer que os problemas com os pagamentos dos funcionários devem ser regularizados até o mês de maio.
Conforme noticiado por este diário, a posse do ex-vice-prefeito ocorreu na sexta-feira, após o até então chefe do Executivo, Luccas Inague Rodrigues (PP), pedir renúncia do cargo em uma carta entregue ao Legislativo. Questionado sobre as vantagens de estar no meio político no ato da posse, o atual prefeito esclarece, no entanto, que não vê a relação que tinha como um benefício. “Já disse em outras ocasiões que não fui um vice atuante, mas a partir de agora é meu dever me dedicar ao máximo no cargo e fazer um trabalho de qualidade. Precisarei de bastante pé no chão, mas sei que vamos sair dessa”, expõe.
O atraso nos salários dos funcionários da Prefeitura, que foi noticiado na última semana por este diário, é uma das prioridades para o mandato de Nadinho. Com receio em dar datas para a resolução do problema, o chefe do Executivo afirma, no entanto, acreditar que maio é um possível mês para a regularização total do problema. “Preciso da ajuda de todos. Por iniciativa minha e como forma de tentar resolver o problema, por exemplo, reduzimos o horário de funcionamento da Prefeitura e que compreende agora entre as 7h e 13h, e não mais até 16h. Isso trará economia e esperanças de melhorias”.
Ainda como forma de conhecer a atual situação financeira do município, Nadinho afirma que a partir de hoje ocorrerá uma auditoria interna. Diferente do que havia sido informado por ele anteriormente, a ação não fechará as portas da Prefeitura e servirá para levantar as necessidades do município. Por fim, ele afirma, convicto, que não se envolverá novamente em ações políticas, já que esta deve ser sua “despedida” na área.
“Mais ônus do que bônus”
Em entrevista ontem para este diário, o ex-prefeito, Luccas Inague Rodrigues (PP), que renunciou ao cargo, afirma que a decisão foi “difícil”, mas ressalta que a profissão de médico e a pressão vivida nos últimos dias pesaram para a escolha. “Desde criança estive na área política, por causa do meu pai, sempre tive vontade de exercer um cargo, mas a minha projeção não foi exatamente igual à realidade. Não foi tão simples como imaginava”.
Sobre a responsabilidade em levar o nome de responsável pelo Executivo, Luccas afirma ainda que entrou no mandato com a administração com uma “dívida monstruosa”, o que poderia se tornar um problema futuro. “Almejo uma carreira médica pela frente e, dificilmente, todos entenderiam que esses problemas locais não eram exclusivamente de minha responsabilidade, já que herdei a maioria deles. Cargos públicos como esse podem sofrer facilmente um processo administrativo e não quero prejuízos futuros para a minha profissão”, ressalta.
Por fim, Luccas expõe que, após a experiência, levará tudo como um aprendizado e que não há chances de um retorno à política.
