Morar perto do trabalho, praticar o home office e fazer cursos a distância são tendências do "novo normal", o mundo pós-coronavírus, de acordo com o jornalista Clayton Melo, analista de tendências. As ideias foram publicadas no site "A Vida no Centro", focado no centro da cidade de São Paulo, e no portal global El País. Ele diz que a crise de saúde pública é definida por alguns pesquisadores como um reset, uma espécie de um divisor de águas, e lembra uma frase de Pete Lunn, chefe da unidade de pesquisa comportamental da Trinity College Dublin, em entrevista ao Newsday: "Uma crise como essa pode mudar valores. As crises obrigam as comunidades a se unirem e trabalharem mais como equipes, seja nos bairros, entre funcionários de empresas, seja o que for... E isso pode afetar os valores daqueles que vivem nesse período – assim como ocorre com as gerações que viveram guerras".
A vida local exaltada
Nesse mundo pós-pandemia, algumas das tendências que vieram para ficar reforçam o papel das cidades e da vida local. Com a crise econômica, por exemplo, as pessoas vão economizar mais e reavaliar seus hábitos, não apenas por dificuldades financeiras, mas como postura diante de novos valores de vida. A simplicidade como estilo e a necessidade de formas sustentáveis de consumo para preservar o planeta valorizarão a vida urbana comunitária.
Interdependência já era realidade
Confinadas em suas casas em razão da pandemia da Covid-19, as pessoas no mundo inteiro vão tomando consciência dos impactos do mundo globalizado sobre a rotina. A pandemia da Covid-19 é apenas um exemplo atualizado de uma interdependência entre as cidades e países, que na verdade começou a se acentuar a partir dos anos 1990 com a internet, o surgimento de empresas globais e a expansão das viagens aéreas. Um vírus na China confirmou algo já previsto por futurólogos: antes, a cidade era o mundo, mas agora o mundo é a cidade. A pandemia mudou o comportamento da maioria, mas não de forma temporária ou localizada. Demarcou uma nova era em todo o mundo.
"Nada do que foi será"
A pandemia mostra claramente que é antiquado, e até ingênuo, além de ineficaz, insistir na interpretação do mundo apenas com o olhar estritamente local, como se estivéssemos protegidos numa bolha tipo "cidade murada". Isso valia na Idade Média, e perdurou de forma relativa ao longo do século passado. Mas já antes da pandemia, o mundo não era mais "o mesmo de antigamente". A grande virada foi cantada nos anos 1990 por Lulu Santos ("Como uma onda") – Nada do que foi será/ De novo do jeito que já foi um dia. Desde o novo coronavírus na China, a partir de janeiro de 2020, à semelhança da famosa canção, ampliou-se a conscientização de que "o mundo nunca mais será o mesmo".
Visão global, ação local
De forma acelerada, o planeta se transforma numa casa única, uma imensa morada coletiva. Sempre existirão as variações culturais entre regiões e países, mas o mundo, definitivamente, já é um só. Os conceitos de fronteiras entre cidades e países foram radicalmente modificados. Para que possamos usufruir dos benefícios dos avanços da tecnologia e ao mesmo tempo mitigar os novos problemas globais surgiram e vão surgir, precisaremos da chamada "visão global", mas com "ação local". Sem isso, estaremos autolimitados a uma observação do cenário parcial, restrito aos fatos que se observam na rua, no bairro e na cidade, sem entender a razão do porquê de certos acontecimentos. Mais ainda, ficaremos alienados, sem instrumentos para o enfrentamento desses desafios e, consequentemente, para a adoção de soluções.
O Vale debate investimentos
No primeiro trimestre de 2020, foram 400 mil novos investidores na bolsa de valores no país. Em um cenário de incertezas, desafios e muitas mudanças em multimercados pós-Covid-19, será que as perspectivas de investimentos mudaram? Quais os melhores caminhos para fazer o dinheiro trabalhar para você daqui alguns anos e, além de quando começar, com quanto dá para começar? É o que Fernando Domingues, mestre em Economia e assessor financeiro na Ativa Investimentos, vai responder nesta quinta-feira, às 19h30, no Instagram do OVALE (@jornalovale), em entrevista com a apresentadora Maisa Dóris.
Economia criativa em destaque
O programa faz parte do 'Webinar Economia Criativa OVALE', realizado semanalmente pelo grupo O Vale, de São José dos Campos, da Rede APJ. A estreia se deu na noite do dia 14 de maio com a transmissão ao vivo no Instagram e repercutido nas redes sociais do jornal. "Foi um show de conteúdo", define Maísa. O objetivo da série é trazer destaques do cenário nacional e internacional para apoiar a transformação "da Nova Era que estamos vivendo", segundo o jornal.
CPI das Fake News
Ontem, foi realizada, em ambiente virtual, a primeira reunião da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Assembleia Legislativa de São Paulo, que tem como objetivo investigar casos de fake news nas eleições de 2018. Foram eleitos, de forma unânime, como presidente e vice-presidente, Caio França (PSB) e Maria Lúcia Amary (PSDB), respectivamente. O relator será o deputado Sargento Neri (Avante). O grupo vai se reunir para o planejamento dos trabalhos nesta sexta-feira, às 10h.