Novo filme de Vicentini Gomez leva vozes de prudentinas para o mundo

Com 90 minutos, documentário filmado em PP, “Cantando pras cadeiras”, mergulha nas histórias dos cantores da noite e deve ser exibido na capital do oeste paulista no início de 2025

VARIEDADES - MELLINA DOMINATO

Data 16/06/2024
Horário 09:30
Foto: Divulgação
Cenas foram filmadas em espaços de Prudente com apoio de equipes da Prefeitura 
Cenas foram filmadas em espaços de Prudente com apoio de equipes da Prefeitura 

As vozes de três cantoras prudentinas prometem encantar o mundo todo a partir novembro, para quando é previsto o lançamento do novo documentário do cineasta, o também prudentino Vicentini Gomez, nos principais festivais internacionais. Com 90 minutos, “Cantando pras cadeiras” mergulha nas histórias dos cantores da noite e deve ser exibido na capital do oeste paulista no início do próximo ano. Depois de seis semanas e quatro cidades percorridas, as filmagens foram encerradas na última segunda-feira, em Presidente Prudente, com a participação de mais de 50 pessoas, entre atores, figurinistas, elenco de apoio, além da produção. Miriam Samorano, Adriana Cavalcanti e Claudia Mungo representam com maestria os artistas prudentinos, entre os diversos depoimentos que compõem o enredo, entre eles de outros cantores, luthier, compositores, empresários e produtores culturais de renome nacional.

São mais de 40 horas de imagens captadas que serão editadas para 90 minutos, explica Vicentini, que na quarta-feira começou a editar o filme, na capital paulista, com o responsável pela pós-produção, Hugo Caserta. Prudente foi palco das últimas filmagens. No dia 8, a equipe percorreu alguns bares da cidade para produzir imagens com drones, explorando ainda as luzes e a fotografia, com apoio de equipes da Prefeitura. No dia seguinte, os atores receberam os textos que deveriam ser decorados e foram preparados pela assistente de direção, Vera Barbosa, no Centro Cultural Matarazzo. Por fim, na segunda-feira, diversas cenas foram feitas durante o dia no Teatro Municipal Paulo Roberto Lisbôa e, no período da noite, no pub Estação Quintino. 

A ideia do filme, conforme Vicentini, nasceu lá nos anos 80, quando ele frequentava os restaurantes e bares do Rio de Janeiro. “Entre tantos outros restaurante no Rio, um deles tinha um pianista. Aos sábados, eu ficava lá com ele e ele ficava lá tocando blues, jazz, e eu perguntava como ele conseguia ficar conversando comigo e tocar sem errar uma nota sequer”, relembra. “Ele dizia assim: ‘Eu faço isso há 60, 70 anos... Você acha que tem alguém ligando para a minha música aqui? Já toquei com grandes nomes da música mundial, acompanhei Frank Sinatra, por exemplo. Aqui pagam muito pouco, mas, com as caixinhas dos gringos, saio daqui todo final de semana com U$ 2 mil, U$ 3 mil. E é isso que me sustenta”, relata.

“Então, eu ficava batendo papo lá com ele e perguntei: ‘Então, você fica fazendo show para as cadeiras?”, conta. “E depois disso, chegava nos botecos e via o pessoal tocando, cantando, e não tinha ninguém e todos os cantores justificavam fazer aquilo pelo cachê. Então, me veio à tona e anotei o ‘Cantando pras cadeiras’. E aí ficou, eu desenvolvi e passei esse roteiro para o Toni Gonçalvez [produtor], outro boêmio, que queria trabalhar com o tema. E fomos agraciados com a Lei Paulo Gustavo”, revela.

Prudente em destaque

Vicentini explica que o documentário é formado por vários depoimentos de cantores, músicos, produtores, nos quais eles contam “alguns perrengues”. “E eu dramatizei algumas cenas dessas que fiz com os atores de Prudente. Isso porque aqui é a minha paixão. Até me emociono para falar de Prudente, minha terra natal. Então, a ideia nasceu da noite mesmo, conversando com as pessoas que vivem da noite, alguns amigos que já são famosos, mas priorizei mesmo o pessoal do interior”, promove.

Para Vera, o filme vai ser um marco histórico. “Nele temos grandes artistas que estão de certa maneira ‘anônimos”, mas dentro do seu mundo tem espaço, lugar onde se colocar, têm um trabalho de qualidade enorme, e o Vicentini priorizou diferentes cidades e, cada uma, trouxe uma riqueza, uma diversidade de sons, ritmos, timbres, pontos de vista, filosofias, estéticas totalmente distintas, e o melhor da cultura de cada lugar”, frisa.

“Cada uma das três cantoras prudentinas levou dez pessoas para a figuração nas filmagens de segunda-feira, fora o elenco de apoio, que fizeram personagens, com falas, cenas, ou seja, essa parte de atuação foi toda feita por atores locais, com pessoas locais. Presidente Prudente dentro do projeto ganhou uma relevância, com todas as cenas, toda relação dramática”, pontua a assistente de direção.

Além do trio prudentino, compõe o elenco do documentário: Fred Rossi, Genildo Fonseca, Maria Preu, João Ventura, Oswaldinho Viana, Dimi Zumquê, Fernanda Marx, Agnaldo Araújo, Olivia Genesi, Samuel de Abreu, Carla Masumoto, Roberto Peres (Magrão), Wanderley Martins, Felipe Fidelis, Iêda Cruz e Alvaro Tucundava.

"CANTANDO PRAS CADEIRAS"
Ficha Técnica:

Roteiro e direção:     Vicentini Gomez
Ass. direção:         Diaulas Ullysses e Vera Barbosa
Direção de arte:         Veridiana Carvalho
Figurinos:         Madalena Machado
Pós-produção:         Hugo Caserta
Produção:         Toni Gonçalves
Ass. Produção:         Eduardo Dias
Equipe:             Natália Mendes e Alcilene Evangelista
Realização:        Ilumina Serviços Culturais

Fotos: Divulgação

Vicentini explica que são mais de 40h de imagens captadas que serão editadas para 90 minutos


Filmagens foram encerradas na segunda, em Prudente, com a participação de mais de 50 pessoas

Publicidade

Veja também