Novamente, o Sr. Estado

OPINIÃO - Renato Mungo

Data 05/01/2021
Horário 04:30

Com certeza, vivemos em tempos nunca antes vistos. A pandemia da Covid-19 não afeta diretamente somente a saúde das pessoas, mas também a economia e, a reboque, os empregados. E como nossos (eleitos) governantes têm atuado a respeito disso?

No último dia 18 de dezembro, vimos o governador comunicar que nossa região, pertencente ao DRS-11 (Departamento Regional de Saúde), retrocederia à cor vermelha (a mais restritiva) já no dia de Natal, ou seja, somente podem funcionar as atividades essenciais, reconhecidas por lei.  

O número considerado desta vez refere-se aos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) específicos para receber pacientes com Covid. Mas, o que tem sido feito, efetivamente, por nossos “líderes” eleitos, considerando que a saúde é uma obrigação constitucional (artigo 196 da Constituição Federal)?! Visto, também, que a carência de leitos de UTI não é novidade e já se passaram cerca de nove meses, o que demonstra um total despreparo do ente remunerado com nossa pesada carga tributária: o Sr. Estado!

Muito embora seja bem remunerado (36,9% do PIB em 2019, de acordo com o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário) e qualificado como nosso servidor, não atende a quem deveria servir. Como se não bastasse, deposita a culpa no setor produtivo, que passou a viver uma fonte inesgotável de emoções: “Afinal, quando posso abrir?”; “Como estruturo a jornada de meus colaboradores?”; “Afastamentos ou férias?”; “Compro mercadorias?”; “Invisto no e-commerce?”; “Pago aluguel ou encerro as atividades?”; “Mudo de cidade ou Estado, já que muitos outros lugares estão funcionando?”...

Neste contexto, nós da UEPP (União das Entidades de Presidente Prudente e Região) encaminhamos um manifesto ao Estado em busca de esclarecimentos: aplicação efetiva de recursos para nossos hospitais; flexibilização da reclassificação; e prestação de contas dos recursos despendidos na cidade nos últimos 12 meses com receitas e despesas com a saúde pública. Aguardamos tais respostas!

Estas e muitas questões não têm sido a preocupação dos governantes, que nos empresários depositam a culpa pelas atuais mazelas. De fato, temos poucas certezas, pois são tempos diferentes, mas a incompetência do Sr. Estado continua a mesma!

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