Nova carta pede a morte do promotor Lincoln Gakiya; manuscrito estava com preso

Promotor de Justiça do Gaeco está na mira da facção criminosa desde que solicitou o pedido de transferência de membros a presídios federais

PRUDENTE - ROBERTO KAWASAKI

Data 23/09/2020
Horário 09:52
Arquivo - Promotor lembra que cobrança também parte de dentro do sistema penitenciário federal
Arquivo - Promotor lembra que cobrança também parte de dentro do sistema penitenciário federal

Uma nova carta com ordens para matar o promotor Lincoln Gakiya foi apreendida na Penitenciária Silvio Yoshihiko Hinohara, em Presidente Bernardes. O manuscrito foi encontrado na semana passada, durante procedimento de revista nas vestimentas de um sentenciado.

Em nota, o MPE (Ministério Público Estadual) disse que na quinta-feira, dia 17 de setembro, recebeu um ofício da SAP (Secretaria da Administração Penitenciária) que informou sobre o fato. Conforme o órgão estadual, o caso está sendo analisado pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado).

O plano para matar promotor já dura pelo menos dois anos, desde que solicitou e transferência de membros da facção criminosa paulista a presídios federais, pedido que se concretizou no começo do ano passado sob forte esquema de segurança.

Desde então, o promotor de Justiça do Gaeco e outras autoridades são jurados de morte pela facção.

No mês passado, Gakiya afirmou à reportagem que não considera as cartas como ameaças. De acordo com ele, o serviço de inteligência “tem funcionado”, e conseguido apreender as cartas, impedindo a concretização dos planos. 

Além do manuscrito mais recente da semana passada, outro havia sido apreendido no dia 16 de julho, na Penitenciária de Mirandópolis, que também incluía o nome de Roberto Medina, coordenador das unidades prisionais da região oeste do Estado. 

Facção cobra ordem antiga

A ordem para matar agentes públicos foi deixada em dezembro de 2018, em uma carta apreendida na saída da Penitenciária Maurício Henrique Guimarães Pereira, a P2 de Presidente Venceslau. Na época, a SSP (Secretaria de Segurança Pública) informou que as anotações estavam com visitantes, onde havia ordens de assassinato das autoridades, caso houvesse a transferência de membros do grupo.

A cobrança também parte de dentro do sistema penitenciário federal, uma vez que, segundo informações que chegaram ao conhecimento do promotor, presos dizem que já faz um ano e meio das remoções, e não houve retaliação no Estado de São Paulo.

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