Na região, pedidos de seguro-desemprego têm aumento de 8,25% no 1º semestre de 2024 

A região de Presidente Prudente registrou alta de 8,25% nos pedidos de seguro-desemprego ao longo do primeiro semestre de 2024. Até o final de junho deste ano, 14.493 trabalhadores solicitaram a assistência financeira criada, no pós-Ditadura, em 1986, durante o governo de José Sarney. 

O levantamento da reportagem de O Imparcial leva em consideração os dados disponibilizados pelo Ministério do Trabalho através do PDET (Programa de Disseminação das Estatísticas do Trabalho) e o comparativo está relacionado ao mesmo período do ano passado, quando 13.389 pessoas requisitaram o benefício social. 

No recorte regional, que contabiliza os 53 municípios da  10ª RA (Região Administrativa) do Estado de São Paulo, 30 cidades tiveram alta no número de pessoas que requisitaram o seguro-desemprego. A maior alta foi em Martinópolis, que passou de 13 pedidos no primeiro semestre de 2023 para 199 requisições no mesmo período deste ano. 

No outro lado da balança, 22 cidades apresentaram queda no número de requerentes do seguro-desemprego em relação ao 1º semestre do ano passado. A baixa mais significativa ocorreu em Estrela do Norte. Por lá, 44 pessoas solicitaram o benefício nos primeiros seis meses do ano passado, enquanto até o final junho de 2024, foram apenas nove requisições.

Presidente Bernardes foi a única cidade onde o quadro de solicitações se repetiu de um período para o outro. Tanto em 2023 quanto em 2024, o Ministério do Trabalho recebeu 103 pedidos do benefício trabalhista no município. 

Análise do economista

A reportagem de O Imparcial entrou em contato com o economista Moisés Martins na tentativa de elucidar os fatores regionais que levaram ao aumento de requisições do seguro-desemprego no oeste paulista. Para o economista, em sua análise, o incremento de 8,25% reflete a falta de novas oportunidades de emprego na região, bem como a dificuldade dos trabalhadores em se qualificarem para as demandas atuais do mercado.

Segundo Martins, “nota-se um aumento de quase 10% no comparativo dos trabalhadores que solicitaram este tipo de benefício no primeiro semestre de 2023 ao primeiro semestre de 2024”. Ele aponta que a maior procura pelo auxílio indica uma crise de empregabilidade, agravada pela falta de qualificação profissional e pelo despreparo dos trabalhadores para os novos tempos.

De acordo com o economista, o agronegócio também exerce um impacto significativo nesse cenário. “É possível notar que o setor do agronegócio, quando dispensa, sempre faz com um número expressivo, causando um aumento percentual volumoso. Que deve ser o caso de Martinópolis, que sai de 13 para 199 trabalhadores”, destaca Martins. Esse aumento expressivo de demissões em determinadas localidades agrava ainda mais a situação do emprego na região.

Outro ponto levantado pelo economista é a tendência de algumas pessoas utilizarem o seguro-desemprego como uma forma de capital inicial para empreender. “Um fator de relevância são pessoas que estão procurando ser empreendedores e procuram este benefício para aumento de capital”, observa Moisés Martins.

Quadro regional

Confira na íntegra o quadro regional das 53 cidades do oeste paulista no comparativo de pedidos de seguro-desemprego entre os 1º semestres de 2023 e 2024:

Fonte: Ministério do Trabalho