A auxiliar de limpeza Noemia Souza Tomás de Toledo, de 59 anos, ficou entre a vida e a morte em decorrência do novo coronavírus. Em abril do ano passado, ela foi para a UTI (Unidade de Terapia Intensiva), ficou um mês e meio intubada e teve que fazer traqueostomia. Ela acredita que recebeu um milagre, pois venceu as complicações e conseguiu até realizar uma vontade: ir à praia. Dona Noemia foi uma das mais de 100 pessoas com sequelas da doença que buscaram atendimento especializado no Mutirão Pós-Covid, evento realizado no último sábado (26) pela Unoeste (Universidade do Oeste Paulista) em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde, no Ambulatório Médico “Professora Ana Cardoso Maia de Oliveira Lima”.
“Apesar de estar muito bem depois de tudo que passei, ainda tenho algumas sequelas, como fraqueza nas pernas, dormência no pé e até desenvolvi túnel do carpo”, ressaltou Noemia.
O Mutirão Pós-Covid foi organizado pelos alunos da Liga Acadêmica de Clínica Médica, presente com 13 membros. Após a triagem feita pelos estudantes, os pacientes eram atendidos pelas médicas e professoras da Faculdade de Medicina, Mariana Rosso Franco Zanoni e Cristiane Velasques Lopes. “O intuito é que a gente possa ver quem precisa de exames complementares ou ser encaminhado para as especialidades, bem como trazer aprendizado para os futuros médicos, sempre baseado nos protocolos do Ministério da Saúde, nos últimos consensos, visando oferecer atendimento de qualidade para a nossa população”, destacou Mariana.
O aposentado José Carolino dos Santos, 76, teve Covid-19 em agosto de 2020 e depois de curado começou com dores e inchaços nas pernas. “Fiquei feliz quando soube desse mutirão, porque fazia tempo que queria marcar médico para tentar outros tratamentos”, disse. Sônia Regina Vergara de Oliveira, comerciante de 51 anos, também adquiriu a doença no primeiro ano da pandemia no Brasil. Apesar de não ter tido sintomas graves, ela ficou com sequelas. “Nunca tive dores nas articulações e joelhos, e depois que tive Covid corro até o risco de operar os dois joelhos. Fiquei com muitas dores nas articulações, além de esquecimentos frequentes e queda de cabelo”, conta.
Toda a atividade foi acompanhada por Bruno Alexandre Soto, enfermeiro responsável pelo Ambulatório Médico, onde também funciona o Centro de Especialidades da prefeitura e o Ambulatório Pós-Covid. Ele conta que desde a inauguração do ambulatório pós-Covid, em maio de 2021, já foram realizados 398 atendimentos. Já no mutirão desse sábado passaram pelo local 105 pessoas que moram em Presidente Prudente. Ainda no local, quem apresentava qualquer alteração pulmonar, era encaminhado para o projeto cabine de espirometria, do programa Abraçar, presente durante todo o mutirão no sábado.
SAIBA MAIS
Mutirão vai atender prudentinos com sequelas pós-Covid neste sábado