Músico norte-americano surpreende e lança álbum com pérolas do sertanejo

Eric Silver, um dos principais nomes da música country de Nashville (EUA), divulga “Bridges, Friends And Brothers"

VARIEDADES - Oslaine Silva

Data 19/07/2016
Horário 10:05
 

É comum ver artistas brasileiros trabalhando canções de estrangeiros. Agora, o contrário acontece, mas com menos frequência. E Eric Silver que, além de arranjador, produtor, é um dos principais artistas da música country de Nashville (EUA), lançou um álbum completo, cantado em inglês, como ele mesmo diz: "com pérolas do sertanejo": "Bridges, Friends And Brothers", traduzindo para o português: "Pontes, amigos e irmãos".

Entre as curiosidades, estão as versões da música "Vida Boa", de Victor & Leo, que se tornou "Beautiful Life", e a parceria com a Almir Sater na canção "Um Violeiro Toca" (The Guitar Player Plays) e com Renato Teixeira no clássico "Romaria", cantando em português. Além disso, participam do disco também Paula Fernandes, Sérgio Britto, Sérgio Reis e o americano Vince Gill.

Jornal O Imparcial Almir Sater, Renato Teixeira e Eric Silver: à beira da lareira, uma xícara de café e muita música

"O projeto era esse: fazer com amigos, à beira da lareira, uma xícara de café e muita música, o que sempre gostei... Esse disco foi feito com muito carinho. Quando lidamos com joias é preciso ser cuidadoso e gentil. O interessante é que mesmo o Renato e Almir sendo meus amigos há muito tempo, não tinha ideia do significado deles no cenário artístico brasileiro. Ficou maravilhoso. As letras são incríveis", ressalta o cantor.

 

Brasil e EUA


Eric comenta que sua história com os brasileiros vem de longa data. A amizade com Almir Sater vem lá de 1987, quando o brasileiro o convidou para fazer alguns shows por aqui. Desde então, nunca mais saiu do Brasil. Mais especificamente, da casa de Almir e do Renato.

Foi Eric o responsável pela produção do CD "AR", de Almir Sater e Renato Teixeira, e esteve no palco do Espaço das Américas, em São Paulo (SP), no show "Tocando em Frente", que reuniu além dos dois, Sérgio Reis.

"Os três começaram a mostrar os demos que fiz para outros cantores onde surgiram outras parcerias. Para gravar ‘Bridges, Friends And Brothers’ recebei todo apoio dos artistas que me confiaram gravar suas músicas, o que é diferente porque sou um compositor. Fiz as mesmas canções, ao estilo americano", explica o artista.

 

Experimentando conversões

Eric diz que Nashville é a capital do country, estilo que carrega desde os 17 anos, mas ao mesmo tempo sua natureza gostava de elementos mais pop. Tanto que, quando jovem, as pessoas diziam que ele deveria morar em Los Angeles.

Aqui no Brasil, por exemplo, conhecendo Rick Bonadio, ele começou com uma marca pop rock, mas como em seu Estado cresceu tocando blues black, folk, pensava em uma nova ideia. Queria experimentar conversões dessas músicas sertanejas clássicas, e colocar um tom mais americano.

"Experimentei várias músicas, mas o padrão era mais na linha dos meus amigos e pedi que explicassem mais aquele vocabulário, pois existem termos da língua portuguesa, que não entendia . Levei muito tempo em traduzir, para preservá-las. Cheguei a ficar duas semanas em ‘Luar do Sertão’, por exemplo. O Renato usa muita poesia... O que me encantou nas letras é que retratam histórias, como no country antigo. Hoje em dia a música sertaneja universitária e o country moderno falam muito de bebida, badalação, as antigas não", ressalta o americano.

 

Projetos

Eric que já esteve em Presidente Prudente, revela que em seus projetos está voltar à cidade. Seu álbum "Bridges, Friends And Brothers" ficou pronto bem no fim de 2015, junto com "AR". E ele conta que os amigos já estão pensando em um outro projeto. "Músicas são como pinturas, você faz um pouco sai relaxa e volta... já produzi muitos álbuns e geralmente temos uma janela de três meses para trabalhar. O meu foi em quase dois anos, porque queria que saísse perfeito... Eu amo a música. Antigamente, quando não tínhamos CDs, tinha um álbum chamado records, que tem vários significados e, sempre falo que você não está gravando para um record e sim fazendo um arquivo da sua vida", enfatiza o compositor.

 
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