Construído em 1929, o local que abrigou o antigo Matadouro Municipal e hoje se transformou no Museu e Arquivo Histórico Municipal Prefeito Antônio Sandoval Netto, de Presidente Prudente, se tornou um importante símbolo de cultura e preservação da memória prudentina, abrigando a história centenária da capital do oeste paulista. Ocupando uma área total de 5.176 m² (metros quadrados), o espaço passa atualmente por melhorias que preservam suas características originais, além de revitalização no ambiente externo.
De acordo com o titular da Secult (Secretaria Municipal de Cultura) de Presidente Prudente, Paulo Silvio da Costa Sanches, quando assumiu a pasta e visitou o museu, observou que o local precisava de uma identificação visual, até por ser um atrativo cultural e turístico, pois muitas pessoas de outros municípios não sabem o que existe naquela estrutura. Então, propôs pintura seguindo as características originais, paisagismo, a criação de uma área de convivência ao ar livre e a instalação de placas com identificação visual.
Hoje o local guarda peças, equipamentos, fotos e documentos do acervo geral para a informação da comunidade e estudantes
“A grade recebeu pintura nova seguindo as cores originais. Além disso, o museu também recebeu um vagão de trem, no qual estamos finalizando a rampa de acesso e o elevador de acessibilidade. O espaço será chamado de Estação Museu”, reforça o secretário sobre a nova instalação, inclusive, relatada por este diário.
Por se tratar de um patrimônio histórico cultural da cidade, levou-se em conta o compromisso de manter a característica original e visual da estrutura. “Pintamos o prédio seguindo as cores originais, mantendo a sua característica cultural viva”, explica o titular, ao dizer que a intervenção será concluída até o dia 30 deste mês.
Devido à pandemia, o funcionamento do local continua suspenso até que haja a consolidação da cidade em fases mais flexíveis do Plano SP.
Conforme histórico da Secult, antes das instalações do museu, o local era um matadouro. A empreitada foi levada a efeito pela firma José Leão Cavalcanti Ltda., uma das muitas famílias nordestinas que chegou à cidade e à região, e nela se instalou. O matadouro foi construído às margens da Estrada Boiadeira, hoje Avenida Manoel Goulart , em 1929. No entanto, foi utilizado para abate de gado bovino e suíno até a década de 1960, quando cessou sua atividade absorvida pelos frigoríficos que se instalavam na cidade por influência da pecuária, ciclo econômico predominante na região.
Por muitos anos, o local, após finalizar suas atividades, ficou ocioso até ser descoberto pela Comissão de Instalação e Organização do Museu Municipal, em 1976, sendo iniciada a negociação de sua doação para sede da entidade. Em busca de um local definitivo para o Museu Municipal, iniciou-se uma negociação pela liberação do antigo Matadouro Municipal, sem atividade e praticamente “abandonado”. Após inúmeras tentativas, em 1977, com concessão feita pela Câmara Municipal e sancionada pelo prefeito Paulo Constantino, foi sacramentada a doação e feito adaptações e ampliações no edifício do antigo matadouro, de linhas arquitetônicas sóbrias desde sua origem, instalando-se nele a Fundação Museu Municipal e seu acervo de peças e documentos.
Atualmente, o museu ocupa uma área total de 5.176 metros quadrados. Tombado pelo Executivo municipal em 1991, hoje o local guarda peças, equipamentos, fotos e documentos do acervo geral para a informação da comunidade e estudantes que utilizam do museu como complemento didático em sua formação regular.
Em 2001, a Secretaria Municipal de Cultura passou ser administradora do local, por meio do Departamento de Preservação e Memória, criado no organograma da pasta para essa finalidade. O Museu e Arquivo Histórico Municipal Prefeito Antônio Sandoval Netto tornou-se um setor do departamento, passando por reformulação de objetivos, serviços e políticas de preservação da memória da cidade. Atualmente, o local fomenta projetos, oficinas, cursos, exposições, recuperação de documentos registrados por meio digital, além de ações educativas voltadas para seu o maior público, crianças e jovens.
Prefeito Antonio Sandoval Netto, que tem seu nome imortalizado no museu, foi o responsável pela Lei Municipal 420, que determinou a criação do museu como parte das comemorações ao quadragésimo aniversário da cidade, em setembro de 1957.
Foto: Weverson Nascimento
Vagão de trem, no qual estão finalizando a rampa de acesso e o elevador de acessibilidade