Multiprofissionalidade e Neurodivergência: um papo sobre autismo e muito mais...

Estamos convivendo, nos últimos anos, com o aumento do número de diagnósticos relacionados ao desenvolvimento e funcionamento neurocognitivo atípico. Exemplos mais comuns são o TEA (Transtorno do Espectro Autista), TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade), dislexia, dentre outros. Por si só, esses diagnósticos já demandam uma atenção multiprofissional de níveis variados e uma integralidade do olhar sobre o paciente. Inúmeros estudos apontam a necessidade da interdisciplinaridade por conta da multidimensionalidade dos quadros afetarem aspectos biopsicossociais dessas pessoas. 
Se, ainda, considerarmos que esses diagnósticos podem se apresentar concomitantes a outras doenças, devemos compreender que, embora um profissional esteja já habituado ao enfrentamento de quadros mais corriqueiros, este precisa estar constantemente se atualizando e se apropriando de novos recursos para compreender a adesão e aceitação desses pacientes aos métodos tradicionais de tratamento, sejam voltados para adultos ou crianças.
O papel de cada profissional em equipes multidisciplinares de saúde, nesses casos, transcende a expertise técnica, pois essas necessitam de estar associadas a abordagens inovadoras e criativas. Estratégias envolvendo o lúdico, as preocupações com a ambiência, musicoterapia, a experimentação baseada nas particularidades de cada quadro são cada vez mais importantes na prática clínica. Para que haja sucesso, essas equipes precisam estar alinhadas com a rede de apoio dos pacientes, acolhendo-os e dividindo as responsabilidades.
Na fisioterapia, alguns profissionais não se sentem preparados ou se frustram quando não atingem seus objetivos terapêuticos. O caminho mais eficaz para melhorarem seus atendimentos, portanto, seria acreditar no trabalho multidisciplinar e na educação permanente em saúde. Ao mesmo tempo em que se deparam com desafios, também, estão diante de grandes oportunidades de crescimento pessoal e profissional, além de fortalecer a inclusão e acessibilidade a serviços assertivos e de qualidade centrado na pessoa.
 

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