Na PMESP (Polícia Militar do Estado de São Paulo), a circunscrição do CPI-8 (Comando de Policiamento do Interior), que abrange as regiões de Assis, Dracena, Presidente Prudente e Presidente Venceslau, conta com 223 mulheres na corporação, conforme levantamento fornecido à reportagem. Em todo o Estado de São Paulo, 14% do efetivo é composto por policiais femininos, que abdicaram de muitas oportunidades para o tão sonhado objetivo de alcançar a carreira militar.
Ingressar na instituição não é fácil, e exige esforço físico, mental e bastante preparo para atuar nos mais diversos tipos de policiamento. Inclusive, em treinamentos de choque. A cabo PM Jaqueline Rodrigues Ferreira, da 2ª Companhia do 8º Baep (Batalhão de Ações Especiais de Polícia), de Presidente Venceslau, é exemplo de que a persistência permite alcançar o objetivo. “Na Polícia Militar você pode chegar aonde quiser, só depende de você”, afirma. A moradora de Dracena conta que sempre admirou a vida castrense, onde ingressou no ano de 2013.
“Fiz uma vez o concurso para policial temporário, me identifiquei, e aí tentei uma vez, fui reprovada, no outro ano tentei novamente, fui aprovada”, lembra. “Me identifiquei no decorrer do curso e foi isso que decidi para minha vida”. Primeira militar na família, faz parte da tropa de choque, e é motivo de orgulho para o pai. “Onde ele vai ele fala: ‘minha filha é policial’”, conta. Hoje, ela é auxiliar de comandante de equipe dentro da viatura, onde percorre as ruas juntamente com os parceiros de farda. “Realizo abordagens, fiscalização de veículos, residências, apreensões de drogas, infratores da lei. O que qualquer homem faz, a mulher também faz”.
Ser mulher em uma tropa de choque chama a atenção da comunidade. Mas, dentro da corporação, a situação é comum. “A polícia é muito justa, primeira instituição que eu vi que há oportunidade para homens e mulheres em sistema de igualdade. Desde o início do concurso, nas fases, você é tratado de forma igual, não tem diferença. Todas as oportunidades que o homem tem, a mulher também tem na PM, só depende de cada um buscar sua superação, conhecimentos e crescimento”, expõe Jaqueline.
Foto: Roberto Kawasaki - Karen dirige viatura pelas rodovias da região
A soldado PM Karen Cristina Rodrigues Terrin, de Presidente Prudente, chegou há pouco tempo na 2° Companhia de Polícia Rodoviária de Presidente Prudente, do 2º BPMRv (Batalhão de Policiamento Rodoviário). Desde o começo do ano, tem atuado na condução de viatura e em atendimentos na malha rodoviária. Na família da policial há nove militares, desde o avô, que passou para o pai, tios e tias, inclusive, o marido dela, soldado PM Leandro Moreira Terrin, do 14º Grupamento de Bombeiros, em Presidente Prudente.
“Desde pequena sempre tive esse convívio no âmbito militar. Prestei o concurso em 2010, mas não era o tempo de Deus para mim. Depois, em 2016 fiz novamente e passei de primeira”, lembra, ao citar as etapas que exigem preparo físico e psicológico. Desde sua formação, Karen atua nas rodovias, e, segundo ela, a admiração dos usuários das pistas é nítida ao vê-la no policiamento rodoviário.
“Eu trabalho no operacional. Na minha rotina, assumo a viatura de manhã, tenho um cronograma a ser cumprido, basicamente, são funções de polícia ostensiva e preventiva”, afirma. “Na corporação há uma igualdade de direitos e deveres entre homens e mulheres. Porém, para a mulher exercer essa carreira ela tem que ter o diferencial, que é manter um posicionamento diferente”, conta. “Exige-se um pouco dela de resiliência, ser uma pessoa comprometida com o trabalho, ter proatividade”.
São essas características consideradas por ela “essenciais” para o desempenho do trabalho: “visando sempre a prestação do serviço à comunidade, proteção do cidadão, segurança nas rodovias, a conscientização do cidadão no momento de abordagem”, elenca Karen. “Isso é muito importante para aquela pessoa que queira ingressar na corporação, que ela entrou para servir e proteger”.
SAIBA MAIS
Em 12 de maio celebra-se o Dia do Policial Feminino no Estado de São Paulo. O marco foi o ano de 1955, com a criação do corpo de policiamento feminino para atuar em postos de serviços e serviços sociais. Ao longo dos anos, a mulher ganhou espaço na instituição, e hoje ocupa posições em todas as funções e missões desenvolvidas pela instituição.