Uma moradora de Presidente Prudente perdeu aproximadamente R$ 33 mil após cair no golpe conhecido como “Don Juan”. O boletim de ocorrência foi registrado ontem à tarde, na Central de Flagrantes da Polícia Civil.
Conforme a polícia, a vítima de 42 anos relatou que no dia 17 de agosto, recebeu mensagens pelo aplicativo WhatsApp de um homem que queria ser amigo dela. A conversa se estendeu e, aos poucos, a pessoa que dizia morar em Londres, ganhou a confiança da vítima.
De acordo com ela, esse primeiro contato durou quase três semanas, até que o autor disse que enviaria um presente à mulher. Diante disso, ela passou seu endereço residencial e e-mail.
Depois de alguns dias, o falso amigo informou que o presente havia chegado ao Brasil, mas que estava com um diplomata que entraria em contato com ela para que fizesse a liberação da encomenda. O suposto homem enviou o comprovante da correspondência internacional para o e-mail da vítima – com o nome dela e o de uma empresa.
“Disse que dentro da encomenda dela tinha dinheiro, e era proibido, e assim ela teria que pagar, a princípio, uma taxa de conversão monetária no valor R$ 6.200”, explica a Polícia Civil.
Conforme a orientação do golpista, a vítima depositou a quantia. Porém, no dia seguinte foi informada de que havia encontrado mais dinheiro na encomenda, e pediu outro depósito. A conversa se repetiu nos outros dias e, segundo a mulher, inventavam sempre uma desculpa diferente.
No total, ela depositou aproximadamente R$ 33 mil.
A mulher então percebeu que as solicitações de dinheiro não iriam parar, e como não tinha mais o que depositar, parou de pagar e acabou perdendo todo o dinheiro.
“Durante todo o tempo [o autor] dizia que compensava ela pagar as taxas que o diplomata estava pedindo, pois ao receber a encomenda dela iria cobrir os prejuízos que estava tendo”, explica a Polícia Civil.
Foi então que a mulher concluiu que havia caído num golpe que, segundo ela mesma informou, é conhecido como “Don Juan”. A moradora de Presidente Prudente esteve na delegacia onde registrou o fato e foi orientada a fornecer todos os documentos para a investigação.
Polícia Civil - Modus operandi é o mesmo utilizado no golpe do falso namorado
A ação do estelionatário é semelhante ao golpe do “falso namorado”. O crime consiste em enganar vítimas pela internet a partir do momento em que se cria uma falsa ilusão de relacionamento amoroso. Com o passar do tempo, pedem dinheiro em troca de presentes que precisam ser retirados na alfândega, ou, inventam problemas de saúde para conseguirem o valor monetário.
Em setembro, a reportagem noticiou que, em Prudente, quatro pessoas procuraram a Polícia Civil para registros dos fatos, sendo que três deles são investigados pela CPJ (Central de Polícia Judiciária) por meio de inquérito policial.
Em um dos casos, a vítima chegou a perder mais de R$ 100 mil ao cair na lábia do criminoso.
A Polícia Civil orienta a necessidade de encontrar pessoalmente o namorado que conheceu pela internet, para saber se efetivamente existe. Porém, é preciso que seja em local público para evitar outros crimes. Outra dica importante é não transferir dinheiro para parceiros virtuais.
“Ninguém manda joia por correio. E se o namorado possui tanto dinheiro a ponto de enviar ouro pelo correio e correr o risco do extravio, oriente-o a também pagar pelo valor da importação na alfândega”, expõe a Polícia Civil.
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