«A viração desatava os cabelos lisos e negros de Flor,
punha-lhe o sol azulados reflexos.
No barulho das ondas e no embalo do vento.
Rompeu a aldeia sobre o mar de Itapoã,
a brisa veio pelos ais de amor, e,
num silêncio de peixes e sereias,
a voz estrangulada de Flor em aleluia;
no mar e na terra aleluia, no céu e no inferno aleluia!»
Jorge Amado, in “Dona Flor e seus Dois Maridos”
A mulher lusófona traz o mundo inteiro dentro de si: de capulana amarrada ou com um sari exuberante, de saia – lápis ou saiote indígena, ela é o coração da comunidade e a alma das nações. Como coroa, ela traz todos os tipos de cabelos: cabelo liso, ondulado, cacheado ou crespo, cabelos pretos, castanhos e loiros; e nos olhos, guarnecidos de uma chama inextinguível, uma panóplia de cores e formas.
A mulher lusófona traz o mundo ao peito, com um coração dócil e abnegado, envolve a todos e cuida de todos. Ora cozinhando, ora vendendo, ora costurando, as mãos fortes não temem o labor. Ela trabalha em escritórios ou nas roças, de caneta em punho e de voz firme, ela constrói o futuro. Como mãe e como professora, como tia e avó, ela ensina, educa e forma as novas gerações.
Quando o sol, amanhecente, apresenta os seus primeiros raios de luz, encontra-a de pé, cuidando dos seus, preparada para enfrentar os leões de cada jornada; é meio-dia e, embora o astro-rei se exiba no seu maior esplendor, ela é encontrada nas praças, vendendo com o seu tabuleiro ou o seu cesto ou no mercado a comprar; e, mesmo quando anoitece, incansável e irredutível, a mulher lusófona permanece labutando, vencidos os desafios do dia, ela prepara-se a si mesma e aos seus, para os vindouros.
Destemida e carinhosa, altiva e ativa, empreendedora e futurista, tradicional e tecnológica, a mulher lusófona materializa todos os conceitos imbuídos na palavra beleza, seja ela exterior, seja interior.
Almeida Garret, escritor do Romantismo Português, disse, certa vez: «Há três espécies de mulheres neste mundo: a mulher que se admira, a mulher que se deseja, e a mulher que se ama.(…)»; a mulher lusófona materializa estas três mulheres, como rainha ou militar, como mãe ou como médica, ela é a musa inspiradora de milhentos poemas enamorados e de miríades de canções compostas, cantadas ou sonhadas; ela é desejada e desejável; e mais do que tudo, é profundamente amada.
Mulher Angolana
Mulher Brasileira
Mulher Cabo-verdiana
Mulher Damanense
Mulher Diuense
Mulher Goense
Mulher Guineense
Mulher Macaense
Mulher Moçambicana
Mulher Portuguesa
Mulher Santomense
Mulher Timorense
Mulher Lusófona, este é o teu dia!