Continua a aumentar a peculiaridade do caso da mulher de 42 anos presa por crime de atentado contra serviço de utilidade pública nesta terça-feira em Tarabai, conforme noticiou O Imparcial. Nesta quarta-feira, um levantamento realizado Copom (Centro de Operações da Polícia Militar) aponta que, de 1º de janeiro de 2021 a 30 de maio deste ano, a indiciada realizou, de três números de telefone diferentes, 31.304 ligações para o número de emergência 190.
Ou seja, neste período, que compreende 515 dias, a média de ligações diárias gira em torno de 60. Ainda nesta quarta, a mulher passou por audiência de custódia, teve a prisão preventiva mantida pela Justiça e foi encaminhada para a Penitenciária Feminina de Tupi Paulista.
A mulher de 42 anos teve a prisão decretada nesta terça-feira, em Tarabai, pela prática do crime de atentado contra serviço de utilidade pública por, digamos, conturbar o popular 190 com milhares ligações sem sentido algum. “Como eram muitas ligações, cada uma tinha seu perfil. Por vezes, ela ligava e falava coisas diversas, às vezes coisas sem nexo, várias vezes desligava passando simples trotes”, descreve o delegado responsável pela investigação do caso, Rafael Guerreiro Galvão.
Por sinal, o histórico de trotes da investigada vem desde o ano passado. Em novembro de 2021, Rafael representou por uma cautelar diversa da prisão, proibindo que a autora procedesse mais ligações ao serviço de telefonia da Polícia Militar. A cautelar foi deferida pela Vara Judicial da Comarca de Pirapozinho, no entanto, mesmo assim, a mulher realizou mais aproximadamente 1 mil ligações ao 190. “Essa cautelar anterior a proibiu de fazer o uso daquela linha, porém, ela pegava outro celular e realizava as ligações”, conta o delegado.
Em fevereiro deste ano, uma nova representação por parte do delegado foi feita ao Judiciário, proibindo que a investigada fizesse uso de sua linha telefônica e ainda proibindo que as operadoras de telefonia habilitassem chips em nome da autora dos trotes, mas, mesmo assim, no mês de março, aproximadamente 800 ligações foram feitas ao serviço de utilidade pública. Desta maneira, o delegado representou pela prisão preventiva da moradora de Tarabai. O ato judicial teve a concordância do MPE (Ministério Público Estadual) e resultou na decretação da prisão preventiva por parte do Poder Judiciário.
Nesta terça, o SIG (Setor de Investigações Gerais) de Tarabai procedeu, na presença e coordenação de uma escrivã policial feminina, à prisão-captura mulher.
Questionado sobre a possibilidade de a investigada possuir algum transtorno de ordem mental, o delegado responsável pelas investigações não descartou a hipótese, no entanto, ressaltou que a mulher não é declarada incapaz para o exercício de sua vida civil. “Há um possível problema mental sim, porém, ela não é curatelada”, indica Rafael, que também ressalta que a suspeita possui um histórico de desacato e ameaças a servidores públicos como um todo.
CONFIRA TAMBÉM
Mulher é presa em Tarabai após fazer 3 mil ligações para PM em 2022
