Motoristas e cobradores de ônibus, em Presidente Prudente, podem entrar em greve, caso as companhias de transporte coletivo do município, Pruden Express e TCPP, não fechem um acordo a respeito das reivindicações dos funcionários. Para demonstrar o estado de alerta, os ônibus circularam ontem com os faróis acesos. De acordo com o presidente do Sintrattepp (Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Terrestres de Presidente Prudente e Região), Waldir Nole Schiavão, a categoria tenta, desde maio, negociar o reajuste salarial em 15%. "Caso não haja uma concordância até a semana que vem, condutores e cobradores paralisarão as atividades", adianta.

Em estado de alerta, ontem ônibus circularam com faróis acesos pelas vias prudentinas
A reportagem entrou em contato com a advogada de ambas as companhias, Renata Moço, para obter um posicionamento acerca da intenção de greve dos funcionários. Segundo ela, atualmente, "as empresas estão operando em caráter precário" e não podem conceder aumento de salário, pois "a tarifa do transporte coletivo se encontra defasada". "O cerne da questão é o reajuste da tarifa, que está em processo de judicialização. A Prefeitura reconheceu em edital de licitação o cálculo de R$ 3,28 para o reajuste em 2015, no entanto, decidiu por um valor abaixo (R$ 3) do que as empresas necessitam", explica.
Procurada, a Secom (Secretaria de Comunicação de Presidente Prudente) informa que tem conhecimento da ação judicial das companhias, em trâmite no MPE (Ministério Público do Estado), para a correção da taxa de ônibus, entretanto, a Prefeitura não deve aumentar o preço em curto prazo. "Diante da crise que vivenciamos hoje, está fora de questão elevar o custo", enfatiza a pasta.
Ainda conforme Renata, o Departamento Jurídico da Pruden Express e TCPP solicitou, na tarde de ontem, uma audiência no Ministério do Trabalho em conjunto com o sindicato dos motoristas. "O objetivo é nos reunirmos na semana que vem para discutir a questão e tentar entrar em um acordo. É importante ressaltar que a prioridade das empresas é chegar a um consenso, pois visam o interesse dos usuários, que não são favorecidos de forma alguma com a paralisação dos funcionários", salienta.
Caso entre em vigor, esta será a terceira paralisação do transporte público de Prudente num período de 8 anos. A última greve da categoria ocorreu em 2013. Na ocasião, a classe conseguiu a aprovação de duas propostas em reivindicação: reajuste salarial de 8,20% e aumento do tíquete-alimentação de R$ 230 para R$ 270. Contudo, os pedidos de redução da jornada de trabalho e manutenção dos cobradores não foram atendidos.