Morte de jovens e adultos até 60 anos cresce 55,5% entre janeiro e março, em Prudente

Não é de hoje que os especialistas em saúde comentam sobre o quadro assustador de jovens e adultos com menos de 60 anos que, cada vez mais, precisam de uma vaga em UTI (Unidade de Terapia Intensiva) em virtude de complicações causadas pela Covid-19, o que derruba aquela teoria, ainda defendida por muitas pessoas, de que a pandemia é um perigo apenas aos idosos. Isso, de forma unânime entre autoridades da saúde, já não é mais uma realidade.

Em Presidente Prudente, por exemplo, o número de mortes de jovens e adultos com até 60 anos, se comparados os meses de janeiro (nove mortes) e metade do mês de março (14 mortes), teve um aumento de 55,5%. 

Somente neste ano, conforme informações da Prefeitura de Presidente Prudente, com dados até o dia 18 deste mês, 117 pessoas morreram em virtude de complicações da Covid-19. Os idosos, sim, ainda compõem a maior parte dessa porcentagem, mas a explicação está mais associada à essa segunda onda da pandemia em que o país vive, com a inserção de variantes, do que propriamente em relação ao fato de eles serem exclusivamente o grupo de risco principal. Hoje, todos se transformaram em grupos de risco. 

Variantes dos vírus

O infectologista André Luiz Pirajá da Silva, ao seguir este raciocínio, recentemente falou sobre o motivo de aparecerem tantos questionamentos sobre a presença cada vez maior de jovens e adultos nos hospitais, e no aumento no número de mortes. Para ele, é claro que “o inimigo agora é outro”, visto que há uma “pandemia dentro de outra pandemia”.

"Nosso país conta com todas as variantes do mundo em circulação, inclusive a variante brasileira chama de P1, que é uma mutação duas vezes mais infectante e que traz uma carga viral maior ao organismo, fazendo o sistema imunológico entrar em colapso”, afirma o médico.

Ainda de acordo com Pirajá, como as pessoas mais novas, nas casas dos 30, 40 e 50 anos possuem mais resistência ao chamado “estresse metabólico”, isso faz com que o tempo de internação delas seja maior que os demais.

“Por isso temos lotações em hospitais públicos e privados. Atualmente, 66,6% dos internados na UTI do Estado têm menos de 50 anos, e as previsões são tenebrosas para os próximos meses”.

 Fonte: Prefeitura de Prudente

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