A partida de futebol aos domingos é levada como assunto sério no Jardim Jequitibás II, em Presidente Prudente. Tanto que, há mais de 20 anos, os moradores do bairro organizam um campeonato de futebol amador, que já virou tradição. Segundo eles, o evento conta com a participação de dez times, vindos até de bairros vizinhos, além de cerca de 500 pessoas, dentre jogadores e torcedores.
Contudo, o campeonato é realizado no campo de futebol do próprio bairro, situado na Rua Cesar Audi, que se tornou alvo de descontentamento dos participantes. Eles reclamam da falta de manutenção no local, que se encontra com a grama alta, portão quebrado e redes rasgadas. Além disso, os moradores pleiteiam a construção de um banheiro público no campo, para maior conforto dos que assistem ou jogam as partidas.
Em resposta ao pedido, a Sosp (Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos) informou, por meio da Secom (Secretaria Municipal de Comunicação), que não há previsão para construção de banheiros no local. Explana que os atos de vandalismo inviabilizam este tipo de construção em locais abertos, haja vista que, atualmente, são gastos aproximadamente R$ 100 mil por mês na reforma de espaços vandalizados. Em relação à manutenção dos dispositivos do local, bem como do corte da grama no espaço, a pasta não respondeu os questionamentos realizados pela reportagem.
Melhorias para o jogo
O idealizador do campeonato é o aposentado Ademir Valentin, 59 anos, que reside no bairro há mais de 20 anos. Conta que o objetivo inicial era descontrair e estreitar a relação entre a vizinhança, mas a ideia cresceu ao longo do tempo e outros bairros próximos também se envolveram. No entanto, com mais gente presente, a falta de um banheiro público começou a incomodar os participantes. “Os jogadores precisam se trocar no meio do campo, na frente de todo mundo. Às vezes, eu tenho que ceder meu próprio banheiro para as pessoas que estão assistindo, outras se exaltam e fazem as necessidades no meio da rua”, pontua.
Sempre que pode, o vigia Floriano de Melo, 53 anos, vai prestigiar o campeonato, pois gosta da confraternização entre os amigos. Assim, acaba presenciando a cena relatada e se sente desconfortável. “Esses jogos já viraram uma tradição. Vem bastante gente de fora, dos bairros vizinhos, e falta banheiro para atender todo o público. Fica uma situação chata”, declara.
Membro do time de veteranos, o servente de pedreiro Claudinei Vieira da Silva, 48 anos, relata que o campeonato ajuda a conhecer outras pessoas e, com isso, promove a amizade. Para ele, além da falta de um banheiro público, a situação atual do campo onde ocorrem os jogos também não agrada os jogadores. Isso porque o local se encontra com o mato alto e sem reparos há mais de dois meses, o que dificulta as partidas. “Gosto de esportes, faz bem para a saúde e o jogo ainda permite uma situação amigável entre os moradores e os bairros vizinhos, mas do jeito que está fica difícil jogar”, afirma.