No Jardim São Bento, em Presidente Prudente, há um sentimento de pertencimento entre os moradores, que estão satisfeitos com a localização do bairro e o fácil acesso aos serviços públicos. Por outro lado, a segurança ainda é um problema que gera incômodos para a população local, sobretudo com relação aos espaços de lazer, que ao invés de serem utilizados para este fim, acabam sendo visados para o uso de entorpecentes e depredação do patrimônio público. Sentado em uma cadeira na calçada de sua residência e ouvindo o rádio cujo suporte é o tronco de uma árvore, o aposentado Agnelo Menezes dos Santos, 67 anos, relata que, embora o trabalho de fiscalização da PM (Polícia Militar) tenha sido intensificado, “ainda são muitos os usuários de droga que frequentam esses locais”.
Agnelo conta que quando era mais jovem, a praça de lazer do São Bento era cenário de torneios realizados pelos rapazes do bairro, ao passo que, atualmente, são poucos os que se aproximam da área. “Era bem conservada. Hoje, não tem mais um equipamento inteiro, porque a molecada estraga tudo”, comenta. A dona de casa Maria de Fátima Ribeiro Soares, 50 anos, afirma que o bairro é um “lugar gostoso para se viver”, mas que ainda depende de mais atuação policial. A Seção de Comunicação do 18º BPM/I (Batalhão de Polícia Militar do Interior) informa que a localidade conta com a presença diuturna de uma viatura de radiopatrulha e o apoio de outras modalidades de policiamento, como Cavalaria, Força Tática, Rocam (Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas), Ronda Escolar e do helicóptero Águia da PM, além de operações, abordagens e fiscalização para flagrantes de porte de entorpecentes.
Já a Sosp (Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos) comunica que “depredar patrimônio público é crime previsto no Código Penal Brasileiro, estando o infrator sujeito à pena de detenção e multa”. Por esta razão, orienta que flagrantes sejam denunciados diretamente à PM. A pasta ressalta que os reparos em praças públicas são “frequentes”, de acordo com aquelas caracterizadas como prioritárias. No caso do Jardim São Bento, salienta que uma equipe será enviada ao local em questão para verificar a viabilidade de conserto.
Teatro de arena
A doméstica Denise Aparecida Santos, 47 anos, por sua vez, lamenta as condições de um teatro de arena instalado na Rua Haruo Uoya, cuja finalidade também foi distorcida, reclama. Ela diz que o palco foi implantado para receber apresentações artísticas e culturais, contudo, isso dificilmente ocorre. Pelo contrário, assim como a praça de lazer, tem sido ocupado por jovens que se sentam nos bancos para consumir drogas. Para o aposentado João Lorente, 71 anos, que mora defronte ao equipamento, o teatro de arena “perdeu o seu sentido” e, por conta disso, deveria ser removido e dar lugar a um plantio de árvores. “Seria um uso mais proveitoso”, considera.
A Prefeitura expõe que os teatros de arena foram construídos para servir como uma ferramenta de utilização pública e, principalmente, para serem utilizados pela comunidade nas suas manifestações culturais e artísticas. Explica que o poder público não dispõe de recursos para ocupação de todos eles com atividades culturais, mas fomenta o seu uso junto aos grupos organizados de cultura popular dos próprios bairros ou por meio das associações de moradores. “A sua utilização é livre e não necessita de prévio agendamento. Trata-se de espaços que compõem as praças e devem ser apropriados pelos seus moradores para fins artísticos e culturais”, pontua.
Estrutura do bairro
Ano de implantação: 1978
Área de loteamento: 30.951,09 m²
Área verde: 6.237,35 m²
Quadras: 10
Construções: 142
Terrenos baldios: 17
População estimada: cerca de 600 habitantes
Fonte: Secom
SERVIÇO
A população pode promover suas reclamações, críticas e elogios sobre o bairro em que reside. O contato deve ser feito com os profissionais da Pauta, por meio do [email protected], do telefone 2104-3732 ou do Whatsapp 99104-8537.
