Moradores de rua montam acampamento em praça

PRUDENTE - Jean Ramalho

Data 26/04/2016
Horário 08:25
 

Reinaugurada em novembro de 2013, após uma obra de reforma e modernização, a Praça Nove de Julho conta atualmente com alguns habitantes. Tratam-se de alguns moradores de rua, que se estabeleceram no local com colchões, malas e utensílios. Na área, eles dormem e passam o dia e até utilizam a fonte para tomar banho e lavar suas roupas. Quem passa pelo local se sente incomodado com a situação. Contudo, a SAS (Secretaria Municipal de Assistência Social) informa que "não pode tirar os moradores da praça, por se tratar de um espaço público".

Frequentador assíduo da praça, o aposentado Francisco da Silva, 74 anos, diz que a convivência com os moradores é diária. "Eles estão sempre por aqui, há muito tempo", garante. O aposentado confirma que já flagrou os moradores tomando banho e lavando suas roupas na praça, mas diz que nunca foi incomodado por eles. "Mexer com a gente eles não mexem. Só pedem esmolas e ficam o dia inteiro no canto deles", relata.

Jornal O Imparcial Moradores tomam banho e lavam suas roupas na fonte

Na tarde de ontem, pelo menos três pessoas, sendo uma mulher e um homem, estavam no acampamento montado exatamente no centro da Nove de Julho. No local, cercados por colchões, sacolas, malas e roupas, o grupo conversava enquanto bebia o que parecia ser uma latinha de cerveja. O álcool, ao lado da droga, é um dos principais fatores que determinam situações como a encontrada no local, conforme a secretária de Assistência Social, Maria Helena Veiga Silvestre.

Não são mendigos, são pessoas que utilizam as dependências da praça para fazer uso de drogas e álcool. São pessoas de outros municípios ou até mesmo de Prudente, mas que perderam totalmente o vínculo com a família em virtude do uso indiscriminado de entorpecentes", afirma a secretária.

 

Serviços prestados


Para sanar esse infortúnio, a chefe da pasta diz que a SAS disponibiliza dois serviços, sendo o Creas POP (Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua) e o serviço de acolhimento. Porém, de acordo com ela, apesar de a secretaria fazer o cadastramento e acompanhar todos os moradores de rua da cidade, as pessoas precisam querer sair da rua para serem acolhidas. "Não tem necessidade nenhuma de fazer a lavagem de roupa ou tomar banho na praça, pois temos espaço para isso disponível. Mas é complicado, temos que respeitar a vontade deles e muitos não aceitam as regras do acolhimento", cita.
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