Moradores de Prudente devem desembolsar R$ 10,9 bilhões em 2024

IPC Maps aponta preferências dos prudentinos na hora de gastar sua renda, com destaque para “habitação”, cuja despesa deve chegar a R$ 3 bilhões

PRUDENTE - MELLINA DOMINATO

Data 22/06/2024
Horário 04:00
Foto: Reprodução/construcaoereforma.com.br
“Materiais de construção” deverão consumir R$ 435 milhões dos prudentinos
“Materiais de construção” deverão consumir R$ 435 milhões dos prudentinos

Os moradores de Presidente Prudente deverão desembolsar neste ano R$ 10,9 bilhões com os mais diversos itens de bens de consumo, ocupando a 107ª posição no ranking nacional e a 34ª no estadual do IPC Maps 2024, estudo especializado no cálculo de índices de potencial de consumo dos municípios brasileiros, com base em dados oficiais. Quanto às preferências dos consumidores da capital do oeste paulista na hora de gastar sua renda, o destaque fica para a categoria de “habitação”, cuja despesa deve chegar a R$ 3 bilhões. O segundo maior gasto fica com “outras despesas”, com R$ 2 bilhões. A categoria de “veículo próprio” vem na sequência, com orçamento previsto de R$ 1,2 bilhão. E, em quarto lugar, temos “Alimentação no Domicílio”, que deve ficar com R$ 890 milhões.

“Materiais de construção” deverão consumir R$ 435 milhões dos prudentinos, mais do que os R$ 433 milhões que serão investidos em “alimentação fora de casa”, e os R$ 422 milhões que irão para “planos de saúde e tratamentos dentários”. Na sétima colocação entre as categorias com potencial de consumo finalmente temos a “educação”, que deve embolsar R$ 372 milhões.

Marcos Pazzini, responsável pelo IPC Maps, relata que o cenário visto em Prudente, de maior parte dos desembolsos serem destinados à habitação, veículo próprio e alimentação em casa, é um padrão de consumo que se reflete na maioria dos municípios brasileiros. “O fato de ‘habitação’ ocupar o primeiro lugar dentre as categorias de consumo não é positivo, pois se trata de uma despesa básica, que envolve pagamento de aluguel, contas de energia elétrica, água, esgoto, internet, TV por assinatura, etc. Sendo uma despesa de item básico, sobra menos dinheiro durante o mês para consumo de itens que não são essenciais”, explica.

Já o economista Adriano Machado Santos ressalta que, ainda no quesito “habitação”, quando considerado o pagamento mensal da parcela da casa própria ou do aluguel, tem-se aí um consumo médio em torno de 30% da renda. “O que é bastante expressivo. Veículos também consomem boa parte da renda, pois é preciso levar em conta o combustível, manutenção, imposto de propriedade, seguro, sem contar se a família ainda está fazendo o pagamento do próprio veículo, via parcelas ou financiamento”, coloca. “Então, junto à ‘habitação’, temos aí dois grandes elementos que drenam os recursos financeiros. Considerando ainda a ‘alimentação em casa’, para uma família de até quatro pessoas, tudo isso já ocupa boa parte do orçamento, pois estamos vendo inclusive a escalada de preços dos produtos. Então, faz-se um cenário comum essa divisão”, comenta.

Já em relação à “educação”, que figura somente na sétima colocação entre os gastos, Marcos pontua que a categoria engloba um rol de despesas pagas pela população envolvendo a busca por conhecimento, ou seja, escolas particulares, cursos profissionalizantes, cursos de idiomas, etc. “Como os governos estadual, municipal e federal entregam este tipo de serviço praticamente sem nenhum custo mensal para a população, é natural que as famílias de renda mais baixa, com o orçamento doméstico gasto em sua maioria nas categorias básicas, usem este serviço do governo e não tenham esta despesa”, destaca.

Base consumidora

Segundo o IPC Maps, Prudente tem um total de 228.827 cidadão. Destes, 224.937 estão em 86.262 domicílios urbanos e são responsáveis pelo consumo per capita de R$ 48,3 mil, contra R$ 26,5 mil dos 3.890 residentes na zona rural. Em relação à base consumidora, ainda em Prudente, a classe B, com 25,9% das famílias, lidera o panorama econômico, representando cerca de R$ 4,7 bilhões dos gastos. Presente em mais da metade das residências, ou seja, 52,2,8%, a classe C totaliza R$ 3,5 bilhões dos recursos dispendidos. O grupo A, embora com apenas 4% do total de domicílios, deve movimentar R$ 1,9 bilhão neste ano, enquanto a classe D/E, que ocupa 17,9% das moradias, gastará cerca de R$ 657,4 milhões em 2024. 

Marcos explica que a classe B, que representa apenas 25% dos moradores, é responsável pelo maior montante a ser gasto, já que a renda é muito superior à classe C, que corresponde à metade da população prudentina. “É exatamente pelo fato da renda da classe B ser bem superior à da classe C e da D/E, que o valor de potencial de consumo desta classe é o maior dentre todos os domicílios. Veja como exemplo a classe A, que concentra apenas 4,0% dos domicílios e será responsável por pouco mais de 18% do potencial de consumo dos prudentinos em 2024”, expõe o responsável pelo estudo. 

Adriano destaca que, embora esse comportamento seja esperado, ele poderia ser desempenhado de melhor forma. “O que seria ideal? As famílias investirem primeiro e depois custarem todos esses elementos. A classe B conseguiria fazer isso melhor. Já a classe C é mais difícil realmente para ela. Mas, isso exige um planejamento, uma análise financeira particular, da família”, frisa o economista. “Em via de regra padrão, a renda mensal da classe C vai de R$ 3 a R$ 7 mil, enquanto a classe B vai de R$ 7 mil a R$ 22 mil”, complementa.

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Marcos Pazzini: “Cenário visto em Prudente é padrão que se reflete na maioria dos municípios”

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Economista: “Ideal seria as famílias investirem primeiro e depois custarem demais elementos”

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