Após um longo período aguardando a inauguração da UPA (Unidade de Pronto-Atendimento) da zona norte de Presidente Prudente, moradores da Vila Angélica agora enfrentam um novo tipo de espera: pelo atendimento. Embora destaquem a unidade como um “grande ganho” aos bairros que formam aquela região, eles sentem que as expectativas de desafogar a demanda por saúde na cidade não foram correspondidas, uma vez que o serviço não estaria atendendo os pacientes a contento. Para os munícipes, uma das possíveis justificativas para o problema é o quadro reduzido de profissionais, “insuficiente para atender todos os casos em tempo hábil”.
Desde o início da obra até a ativação da unidade, se passaram quase quatro anos. Neste ínterim, residentes dos bairros da zona norte contemplados por este especial cobraram por diversas vezes a operação do serviço de saúde, que esteve sujeito a adiamentos sucessivos na data de entrega à comunidade. A inauguração do local também foi envolta por polêmicas, haja vista que a administração municipal chegou a estudar a redução do horário de pronto-atendimento em outros postos de saúde para conseguir viabilizar o funcionamento da UPA. Depois de manifestações populares, a Prefeitura terceirizou a gestão, ficando esta a cargo do Ciop (Consórcio Intermunicipal do Oeste Paulista).
Apesar de ter possibilitado a operação da unidade, a alternativa adotada pelo prefeito Nelson Roberto Bugalho (PTB) não satisfez tanto os usuários quanto se desejava. A dona de casa Francislaine Caetano, 40 anos, está preocupada com a demora no atendimento, considerando que, a seu ver, o atraso na assistência pode comprometer o caso do paciente. “São poucos funcionários para atender uma demanda tão alta. Em uma situação mais grave, pode não haver remédio para um paciente que receber uma resposta tardia”, pondera.
O metalúrgico Fernando Gomes de Oliveira, 48 anos, já sentiu na pele essa lentidão. Ele conta que, em determinada ocasião, deu entrada com sua neta de um ano durante a noite, mas a pequena só foi atendida no início da madrugada. “Os bairros da zona norte realmente necessitavam de uma unidade 24 horas, mas os atendimentos poderiam ser mais rápidos”, comenta.
A auxiliar de limpeza Sônia Regina Lopes, 59 anos, ficou satisfeita com o fato de a unidade ser construída tão perto de sua casa, porém, o tempo que leva para conseguir uma consulta a desagradou. Ela diz compreender o sistema de cores obedecido pela equipe, o qual define a prioridade de atendimento conforme a classificação de risco, entretanto, aponta que o tempo previsto para cada um dos níveis é ultrapassado. “Há a possibilidade de o usuário ficar plantado a tarde toda lá”, denota.
Casos não urgentes lideram
Em nota, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) informa que a UPA da zona norte tem realizado uma média de 300 atendimentos por dia, um volume considerado alto para a unidade. A pasta ressalta que boa parte dos pacientes que procura o local se enquadra nos grupos azul e verde do sistema de classificação de risco e tratam-se, portanto, de casos de menor complexidade, que poderiam ser absorvidos por UBSs (Unidades Básicas de Saúde). “Situações de urgência e emergência são atendidas imediatamente pela equipe médica e de enfermagem”, pontua.
ESTRUTURA DO BAIRRO
Data de implantação: 10/09/1953
Área de loteamento: 149.730,00 m²
Área verde: 11.999,00 m²
Quadras: 16
Construções: 367
Terrenos baldios: 94
População estimada: Cerca de 1.835 pessoas
Fonte: Secom
SERVIÇO
A população pode promover suas reclamações, críticas e elogios sobre o bairro em que reside. O contato deve ser feito com os profissionais da Pauta, por meio do [email protected], do telefone 2104-3732 ou do WhatsApp 99104-8537.