Muito mais do que garantir a estética da paisagem urbana, a conservação de terrenos baldios minimiza problemas que ameaçam a saúde pública e prejudicam a acessibilidade de transeuntes. Por esta razão, é alto o número de munícipes que cobram medidas mais efetivas por parte das prefeituras e dos proprietários de lotes vazios com relação a estes espaços. Em Presidente Prudente, dois deles têm gerado incômodo para moradores das imediações. O leitor Rafael Gimenez reclama de uma área localizada na esquina da Rua Caetés com a Avenida Comendador Hiroshi Yoshio, no Jardim Caiçara, onde, segundo ele, o abandono favorece o descarte irregular de lixo e a proliferação de animais indesejados.
A dona de casa Madalena Oliveira, 52 anos, tem uma propriedade em construção ao lado do terreno e, para evitar transtornos, providenciou por conta própria a limpeza do trecho que margeia o imóvel. O restante, contudo, está tomado pelo mato alto. Ela relata que a situação tem propiciado o aparecimento de escorpiões, sendo que na sua casa foram encontrados cerca de 20.
A dona de casa Maria Rosa dos Anjos, 66 anos, por sua vez, desaprova o comportamento dos cidadãos que utilizam o espaço para a disposição de entulhos, no entanto, acredita que a administração deveria ser mais rigorosa na autuação dos imóveis mal preservados. “Com as chuvas, o cenário piora, porque o mato cresce mais depressa”, relata. Ela aponta que, por causa da falta de limpeza periódica, a casa onde mora já foi invadida por escorpiões, baratas e aranhas.
O motofretista Fernando Alves dos Passos, 30 anos, por outro lado, denuncia um terreno baldio ao lado de sua casa, na Avenida Alberto Bonfiglioli, na altura do número 2.883, no Jardim Tropical. Conforme o cidadão, na ausência do proprietário, o lote era cuidado por um idoso, mas o dono fechou a frente do local com placas de metal e pediu que o homem não fizesse mais a limpeza, advertindo que iria iniciar uma construção.
Desde então, já se passaram dois anos e não houve qualquer avanço. Enquanto isso, Fernando tem mantido a parte frontal da área limpa, porém, sem sucesso efetivo, uma vez que os fundos do terreno ainda estão com mato alto e sujeira. “Quem passa pela frente e vê o lote fechado não consegue imaginar a bagunça que é por trás das placas. Há ainda o risco de alguma pessoa mal intencionada se esconder no local”, considera.
A preocupação do morador é com a filha de um ano e cinco meses, que está exposta ao aparecimento de escorpiões. “Na minha casa, já achei uns quatro. Passei veneno, coloquei tela em todos os ralos, deixei tudo bem organizado para não voltar a acontecer, mas, recentemente, encontrei um no berço da minha menina. Isso me deixa com vontade de me mudar daqui”, argumenta.
Áreas monitoradas
Procurada, a Secom (Secretaria Municipal de Comunicação) informou que as duas áreas citadas no texto são particulares e estão próximas a duas avenidas importantes e de intenso movimento. Por isso, são permanentemente monitoradas pelo Setor de Fiscalização da Seplan (Secretaria Municipal de Planejamento, Desenvolvimento Urbano e Habitação). “São terrenos com áreas desmembradas, ou seja, pertencem a vários proprietários, que já foram notificados pela Prefeitura”, pontua.