O engenheiro eletricista Marcio Luis Peres, 43 anos, que mora com sua esposa e seu filho de 6 anos, no Jardim Novo Bongiovani, em Presidente Prudente, comprou um pé de alface na manhã de sábado em uma banca de vegetais e hortaliças na cidade. "Sempre compramos lá", conta Marcio. No mesmo dia, a sacola com os vegetais foi guardada na geladeira, na cozinha de sua casa, onde permaneceu por três dias. Já no final da tarde de segunda-feira, sua esposa retirou o pé de alface e, para sua surpresa, uma cobra caiu sobre a cuba da pia.
Escondida entre as folhas, cobra estava no pé de alface
"Ela havia começado a tirar as folhas quando viu a cobra e me chamou", relata Marcio. "O bicho estava um pouco paralisado por conta do frio da geladeira, mas logo começou a se mexer. Eu peguei, levei para o quintal e dei um fim na cobra que tinha cerca de 30 cm", diz o engenheiro, ressaltando que não deixava de pensar que ele, seu filho e sua esposa haviam utilizado o refrigerador durante todo o fim de semana, sem suspeitar do "hóspede" indesejado que ali estava. "Ainda fui até a banca onde havia comprado o alface, para avisar o produtor, que também levou um susto, pois sua família também trabalha na horta", afirma Marcio.
Cuidados e orientações
"Existem algumas diferenças da jararaca dormideira (não venenosa) e da venenosa, mas para uma pessoa comum é difícil reconhecer, por isso, a sugestão é acionar o Corpo de Bombeiros", explica o comandante do 1º Subgrupamento de Bombeiros de Prudente, capitão PM Orival Santana Junior. "No momento de comprar a hortaliça, é preciso ficar bem atento à embalagem e também na hora de lavar", completa. Ele destaca que os bombeiros possuem equipamentos de proteção individual e específicos para captura de animais em situações como essas, que são colocados em caixas com orifícios de ventilação e soltos no habitat natural.
O técnico da Vigilância Sanitária de Prudente, João Henrique de Carvalho Leite, explica que os clientes podem denunciar casos semelhantes. "Nunca tinha ouvido falar de uma situação como essa, mas em casos de produtos impróprios para o consumo, a reclamação pode ser feita pelo 3916-2750", detalha, lembrando que o órgão fiscaliza os vendedores ambulantes da cidade.
"Se a cobra tivesse picado alguém, ele até poderia buscar reparação pessoal e material", lembra Priscila Nishimoto Landin, coordenadora do Procon.
