Molho verde: uma sensação gastronômica de Presidente Prudente  

PRUDENTE - CAIO GERVAZONI

Data 14/09/2024
Horário 04:01
Foto: Maurício Delfim Fotografia
Molho verde é parceria certa com lanches e salgados
Molho verde é parceria certa com lanches e salgados

Mais que um condimento, um patrimônio gastronômico de Presidente Prudente. É dessa maneira que pode ser descrito o molho verde, ainda mais quando o “r” é pronunciado da forma característica falada no interior paulista. Nesta matéria, a reportagem de O Imparcial buscou entender porque o molho verde é tão popular em Presidente Prudente.

 
Fotos: Mauricio Delfim Fotografia

“TEM MOLHO VERDE?!”
Um dos sócios do Tio Patinhas, uma das lanchonetes mais longevas de Prudente, Carlos Moreno, relata que a ascensão do molho verde no estabelecimento relativamente é recente. “A lanchonete tem 60 anos de existência, mas o molho verde existe aqui há uns 20 anos no máximo. Antes, eram os molhos tradicionais, como catchup e mostarda”.
Carlos rememora que a receita do molho verde no Tio Patinhas é de um antigo funcionário e se tornou uma tradição no local desde então. “Desse período para cá, nós temos seguido uma receitinha nossa que foi passada por um funcionário que trabalhou aqui. Ele trabalhava em outro lugar que tinha molho verde e a gente acabou desenvolvendo aqui uma receita nossa, com algumas a mudanças”, pontua um dos donos do estabelecimento.
“Inclusive, tem clientes nosso que antes de comprar o salgado sempre pergunta: ‘tem molho verde?’. Aí se tiver o molho verde, leva o salgado, tamanha é fascinação pelo molho verde”, acrescenta.


Segundo Carlos, o fluxo diário de produção e consumo do molho verde no Tio Patinhas é de 15 litros. “Em dias de pagamento, quando o consumo é maior, o fluxo chega a ser de 20 litros por dia”, complementa. 

UMA VARIAÇÃO DA MAIONESE
A coordenadora e professora do curso de Gastronomia da Unoeste (Universidade do Oeste Paulista), chef Mari Sato, indica que a origem do molho verde, apesar de não ter uma receita padronizada, provavelmente deriva da clássica maionese, à qual foram acrescentados elementos – tais como cebolinha e salsa - para proporcionar mais frescor. “Uma variação comum é a utilização de uma base de leite, que considero uma excelente opção para tornar o molho mais leve e refrescante, especialmente considerando o clima quente da região”, pontua Mari Sato. 


Segundo ela, uma dica interessante é adicionar limão à receita, pois isso não só realça a frescura do molho, como também a acidez do limão ajuda a equilibrar o óleo utilizado. “Os ingredientes podem variar bastante; algumas receitas incluem alho, que pode conferir um toque picante, ou alho assado, que oferece um sabor mais adocicado. Salsa e cebolinha são os ingredientes mais recorrentes, mas há quem prefira adicionar outras ervas aromáticas ou até mesmo pimentão verde”, relata a chef. 

UM SUCESSO ENTRE A 
COMUNIDADE UNIVERSITÁRIA 

O molho verde é um sucesso também na comunidade universitária. Uma reportagem da TV Escola de Comunicação da Unoeste (Universidade do Oeste Paulista) intitulada “Molho verde da cantina” tem mais de 2 milhões de visualizações no Youtube e mostra o porque em 2016 o condimento já era tão popular entre os universitários. 
A reportagem de O Imparcial consultou a atual proprietária da cantina Grão Café, Tânia Araújo, no piso 4 do Bloco B3 do campus 2 da Unoeste, para saber a relação atual entre os estudantes e o molho verde.


Questionada se o condimento ainda é disponibilizado na cantina, Tânia é direta ao responder: “Não tem como não ter, né? Uma das coisas que o pessoal mais pergunta é se tem o molho verde. Não tem jeito, ekes adoram o molho verde”, relata. 

Para Jonathan Monari, 19, estudante do 2º termo de Publicidade da Unoeste, “se não tiver molho verde, [o salgado não tem graça”. “Acho que é por conta do sabor. O do molho daqui é diferenciado, é bem fresquinho e eles fazem na hora, isso é que chama mais atenção”, diz o aluno. Já a aluna Aliny Mandrote, 23, que é da mesma turma de Jonathan, relata que consome o condimento de igual pra igual em relação ao salgado tamanho o gosto pelo molho verde.

“Ah, é 50% molho e 50% lanche”.

A RECEITA DO MOLHO VERDE
Segundo a proprietária do estabelecimento, o molho verde é o mais consumido da cantina. “Olha, a produção é diária. A gente faz por volta de um litro a um litro meio por dia”, informa Tânia. 


Quem faz a receita do molho verde no Grão Café é a filha de Tânia, Beatriz Alcântara. Confira:
“A receita que faço tem algumas adaptações. A tradicional seria: cebolinha, óleo, um dente de alho e um ovo. Bate tudo no liquidificador e acrescenta uma pitadinha de sal até dar o ponto”, indica Beatriz sobre a receita tradicional. “A que eu faço vai meio maço de cebolinha, maionese, um ovo, um dente de alho e um limão. Bata até dar o ponto. Essa é a receita que faço, que dá um diferencial no sabor e que o pessoal adorou”, finaliza Beatriz. 

 

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