Mitos e verdades sobre os azeites

Nutricionistas explicam os benefícios de se utilizar o ingrediente ao invés de óleos tradicionais, porém, também alertam para os riscos do exagero e o tipo ideal para consumir

VARIEDADES - PEDRO SILVA

Data 26/01/2020
Horário 05:06
Arquivo - Patrícia ressalta a absorção de vitaminas e ações antioxidantes, com o consumo do azeite
Arquivo - Patrícia ressalta a absorção de vitaminas e ações antioxidantes, com o consumo do azeite

Você já teve dúvidas na hora de cozinhar? Se deveria utilizar óleo ou azeite? É natural que a falta de informações acarrete alguns erros. É do imaginário popular que os óleos fazem mais mal à saúde que os azeites e que esses são extremamente benéficos, porém, especialistas alertam para o exagero no uso deste ingrediente e o tipo ideal para consumir.

A nutricionista clínica, Elizabeth Volpi Barretto, explica que o azeite - se esquentado a temperaturas muito altas - somente traz malefícios. “A partir de certa temperatura, ele passa a ser igual ao olho de soja e milho, virando uma gordura saturada”. Ela cita que o ingrediente é ótimo, se utilizado de maneira fria, para temperar.DÚVIDAS 

“A FRITURA SEMPRE É PREJUDICIAL, POR CAUSA DAS ALTAS TEMPERATURAS. QUANDO SE USA ÓLEO, E A TEMPERATURA É MUITO ALTA, AQUELA FUMAÇA QUE SOBE DELE É EXTREMAMENTE TÓXICA”

Elizabeth Volpi Barretto

Comparado aos óleos de soja, milho ou arroz, o azeite não tem vantagens na hora de fritar os alimentos. “A fritura sempre é prejudicial, por causa das altas temperaturas”, alerta Elizabeth. “Quando se usa óleo, e a temperatura é muito alta, aquela fumaça que sobe dele é extremamente tóxica”. A nutricionista recomenda que os alimentos sejam grelhados ao invés de fritados, mas sempre usando as gorduras com moderação. “O ideal é utilizar a gordura da própria carne para preparar os alimentos. Se optar pelo azeite, use só para besuntar”, pontua.

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A nutricionista Patrícia Zacharias explica que os azeites são repletos de vitaminas e antioxidantes, contribuindo para o controle do colesterol e favorecendo a saúde cardiovascular. “Eles auxiliam na absorção de vitaminas lipossolúveis da dieta, como as vitaminas A, D, E, K”. A especialista ainda pontua que devido aos oxidantes, o ingrediente previne doenças degenerativas e até mesmo câncer.

Elizabeth comenta que os azeites são gorduras consideradas boas, pois não elevam os níveis de colesterol e triglicerídeos.

“OS AZEITES CONTRIBUEM PARA O CONTROLE DO COLESTEROL E FAVORECEM A SAÚDE CARDIOVASCULAR. ELES AUXILIAM NA ABSORÇÃO DE VITAMINAS”

Patrícia Zacharias

Para ter o melhor resultado retirado dos azeites, é recomendado utilizar o tipo extravirgem que, segundo a nutricionista clínica, é extraído em prensa fria, sem modificar a temperatura das azeitonas, o que não prejudica os ativos do extrato. “O melhor azeite é aquele que tem acidez de até 0,8%, chamado de azeite extravirgem. Isso acontece, pois quanto menor a acidez, mais gorduras boas, melhor a qualidade nutricional e mais benefícios o azeite proporciona à saúde, fazendo com que a avaliação do rótulo seja fundamental para escolher o melhor azeite para o consumo”, explica Patrícia. “É bom também sempre priorizar os azeites em recipientes escuros, pois isso previne que a luz entre em contato com o óleo e faça ele perder propriedades nutricionais”, acrescenta.

As duas especialistas alertam para os azeites compostos, que podem apresentar partes de óleo, o que uniria dois tipos de gordura e só prejudicaria ainda mais a saúde.

Elizabeth alerta para que não se use o óleo de canola, pois esse inicialmente foi pensado para uso industrial, e após refino, é vendido para cozinha. “Você já viu uma plantação de canola? É claro que não, porque não existe um grão ou algo do tipo com esse nome, ele é um composto”.

Foto: Arquivo

Elizabeth destaca que todos os alimentos podem ser prejudiciais se utilizados em excesso

 

 

 

 

 

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