Microrregião de PP é destaque em competitividade

Regional figura entre as 40 mais competitivas do país em 3 dimensões avaliadas em estudo da FGV: logística, saúde e infraestrutura social

PRUDENTE - Mariane Gaspareto

Data 12/06/2015
Horário 09:03
 

A microrregião de Presidente Prudente figura entre as 40 mais competitivas do país (que tem, ao todo, 558 microrregiões) em três dimensões avaliadas pelo estudo Perfil da Competitividade Brasileira, da FGV (Fundação Getúlio Vargas). Em logística, Prudente ocupa a 19ª posição do ranking; em saúde, a 31ª; e em infraestrutura social, a 37ª. Os dados foram divulgados na segunda-feira.

A pesquisa realizada demonstra o ranking por microrregiões de 5 dimensões, e Prudente não ficou entre as 40 mais competitivas em apenas duas delas: educação básica e agricultura/extrativismo. Para definir a competitividade quanto à logística, foi analisada a qualidade das rodovias pavimentadas; a extensão de linhas ferroviárias; o movimentos dos aeroportos; a

 

distância dos portos e aeroportos; a e

xtensão de linhas fluviais; e o fluxo de comércio.

Já em relação à infraestrutura social, as variáveis analisadas foram o acesso à tecnologia e comunicação (telefone, celular, computador, internet, banda larga); o acesso e custo da eletricidade; e a qualidade do transporte urbano (tempo gasto para ir ao trabalho). Na dimensão saúde, por sua vez, o estudo analisou o emprego nos serviços de saúde; os leitos hospitalares; a expectativa de vida e mortalidade infantil; e a avaliação da própria saúde.

 

Análise

O estudo analisou a competitividade com base nos recursos naturais das microrregiões (agricultura, extrativismo, energia), sua produtividade potencial (tecnologia, logística, inovação), e os fatores limitantes disponíveis tanto macroeconômicos como no ambiente de negócios. Para o sociólogo Luiz Antônio Sobreiro Cabreira, o aproveitamento da competitividade está relacionado à qualidade de gestão e disponibilidade de recursos e insumos. "É necessário que os dois polos estejam juntos para ocorrer o desenvolvimento", pontua.

Na visão do sociólogo, para a concretização do desenvolvimento regional ainda existem problemas a serem sanados. "Nós temos uma atividade agrícola razoável, um plantel de bovinos significativo, além de boas instituições de educação superior. O que falta é conseguir fixar os egressos das faculdades, que acabam indo para outros locais por não se inserir no mercado de trabalho no âmbito do município", diz.

Para o diretor regional da Aviesp (Associação das Agências de Viagens Independentes do Interior do Estado), Marcos Antônio Carvalho Lucas, a boa colocação da região quanto à logística pode se dar por conta da grande movimentação do Aeroporto Estadual de Presidente Prudente. "Há algum tempo nosso aeroporto é o terceiro com maior movimentação de passageiros no interior do Estado, são quase 300 mil embarques e desembarques por ano", pontua. Além disso, sinaliza para a boa qualidade das rodovias regionais, um dos fatores analisados.

A Cart (Concessionária Auto Raposo Tavares) informou, por meio de nota, que concluiu a duplicação de 152 quilômetros da Rodovia Raposo Tavares (SP-270) no final de 2014, transformando todo o trecho entre Ourinhos e Presidente Epitácio, que agora conta com uma pista adicional segura e separada por canteiro central ou barreira "new-jersey". O investimento chega a R$ 492 milhões. A Artesp (Agência de Transporte do Estado), por sua vez, informa que foram investidos, ao todo, R$ 281,3 milhões em melhorias dos municípios da região de Prudente desde 2011. Há outros R$ 201,6 milhões de investimentos em obras em andamento.

Apesar dos pontos positivos da logística de transporte, o diretor regional da Fiesp/Ciesp (Federação e Centro das Indústrias do Estado), Wadir Olivetti Júnior, ressalta que a região poderia ter uma posição muito melhor em relação à sua competitividade, visto que se encontra sem logística de ferrovia atualmente (a malha está desativada) e portos de hidrovia sem funcionamento. "Podemos ter a possibilidade de sermos competitivos, mas de nada adianta isso quando estamos com modais subutilizados, como ocorre hoje", pontua.

Em seu turno, o diretor de comunicação da UEPP (União das Entidades de Presidente Prudente), Marco Goulart, acrescenta que, além da necessidade de melhorar a infraestrutura, a população precisa aprender a acreditar mais e incentivar o desenvolvimento regional. "É preciso que todos reivindiquem melhorias e incentivem o que temos aqui, valorizando nosso comércio, empresas instaladas e serviços oferecidos", afirma.
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