Mesmo no feriado, eles arregaçam as mangas e saem à luta!

Em tempos de isolamento social, muitos profissionais precisam sair às ruas para servir à sociedade e ganhar seu pão; neste Dia do Trabalhador, mais do que nunca, eles merecem todas as homenagens

PRUDENTE - WEVERSON NASCIMENTO

Data 01/05/2020
Horário 07:25
Paulo Miguel/Arquivo - Capitão Minosso: “Existem profissionais que não podem parar
Paulo Miguel/Arquivo - Capitão Minosso: “Existem profissionais que não podem parar

Já dizia a canção de Lenine: “Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma, até quando o corpo pede um pouco mais de alma. Eu sei, a vida não para. A vida não para não”. Hoje, 1 º de maio, Dia do Trabalhador, é celebrado o dia daqueles que se dedicam para manter a economia nacional girando, e mais que isso, garantir segurança, saúde e condições mínimas para a sociedade. Mesmo em tempos difíceis, alguns serviços são mantidos como essenciais, e, para celebrar a data, este diário fará uma homenagem aos profissionais que não pararam diante do cenário de pandemia da Covid-19.

Um destes profissionais na linha de frente no combate ao novo coronavírus é o auxiliar de enfermagem da Santa Casa de Misericórdia de Presidente Epitácio, Joeder Rodrigues dos Santos. Para ele, comemorar o Dia do Trabalhador enfrentando este cenário inédito, com certeza, é gratificante, pois mostra que, mesmo em meio à pandemia, estão a postos para cuidar e acolher. “Um dia lembraremos deste momento que estamos passando e teremos orgulho do quanto dedicamos o nosso trabalho para o cuidado do outro”.

Joeder relata que os profissionais da saúde vivenciam algo inédito e que não estavam preparados para a complexidade da Covid-19. No entanto, ressalta que não pararam em momento algum, e que se mobilizam para fazer e prestar um bom atendimento à população.

Para tanto, é de consciência geral os riscos iminentes causados pelo vírus, segundo o auxiliar de enfermagem, visto que o cotidiano é totalmente alterado, trazendo questões emocionais, como insegurança, inquietação e medo. Mas, reforça a importância da comunicação com a população, fazendo com que ela enfrente essa situação. “É de grande importância que as pessoas fiquem em suas casas, evitando aglomerações, para que esse vírus não se propague. Estamos lutando e trabalhando por vocês. Deixamos nossas famílias para cuidar da sua. Mesmo em áreas diferentes, todos possuem algo em comum: acreditamos que o isolamento, a solidariedade e o enfrentamento à Covid-19 podem resultar em benefícios para a sociedade. Fique em casa por nós!”.

Minosso é capitão do 8º Baep; Joeder é auxiliar de enfermagem da santa casa de Epitácio; Maria Santos atua como motorista de aplicativo em Prudente

ANTES DO

SOL NASCER

Por sua vez, a motorista de aplicativo, Maria Segura Santos, relata que, neste período, os maiores desafios têm sido em relação à queda nas corridas e o medo instaurado, seja pela falta de trabalho ou mesmo pelas consequências da doença. Hoje, para manter o sustento familiar, ela diz que tem se dedicado ainda mais para a modalidade flexível, visto que o marido trabalha no setor de eventos, que foi fortemente afetado pela pandemia e as medidas de isolamento social.

Sua rotina de trabalho inicia antes mesmo do sol nascer, com diz os mais velhos – às 6h a motorista já está nas ruas para trazer o sustento para sua casa. “Minha maior lição dessa pandemia é que somos todos dependentes de alguém. Nós, que estamos trabalhando, dependemos dos que podem ficar em casa para frear o contágio, e os que estão em casa, dependem de quem está trabalhando para que não falte o básico”, descreve.

Neste cenário, um gesto definido por “solidariedade” marcou ainda mais o seu trabalho. Maria explica que, assim que iniciou as medidas de distanciamento social, um grupo de motoristas que não dependia exclusivamente das corridas, optou por parar de trabalhar. “Primeiro para se proteger e segundo para que pudesse sobrar mais viagens para os que dependem inteiramente da modalidade”.

SITUAÇÃO

DESAFIADORA

Para o capitão do 8º Baep (Batalhão de Ações Especiais de Polícia), Ives Minosso de Almeida Ramos, comemorar o primeiro dia do trabalhador diante do cenário de pandemia é algo realmente novo, assim como para toda a sociedade, mesmo que cada segmento social perceba isso de uma forma diferente. “Existem profissionais que não podem parar, pois suas atividades são consideradas essenciais para o bom funcionamento da sociedade, como o nosso caso. Nós possuímos estratégias e gestão de recursos que nos permitem desempenhar nossas atividades diuturnamente, mesmo neste cenário, mas, como todos, precisamos nos adaptar constantemente. É, de fato, uma situação desafiadora”.

O desafio, segundo o capitão, é adaptar constantemente às situações que decorrem da pandemia, seja no contato com as pessoas, na administração dos recursos, e nos procedimentos operacionais e administrativos. “Aprendemos todos os dias, em todas as situações, e aperfeiçoamos os nossos métodos. É um ciclo. Mas, especificamente na pandemia, creio que a sociedade aprendeu a automatizar tarefas e priorizar recursos. Nós não somos diferentes do restante da sociedade nesse sentido”.

Este diário deseja um feliz dia para todos os profissionais que continuam atuando em meio à pandemia do Covid-19!

 Arquivo/Paulo Miguel

Minosso é capitão do 8º Baep

Edgar Costa Thomazini/Cedida

Joeder é auxiliar de enfermagem da santa casa de Epitácio

Arquivo pessoal/Cedida

Maria Santos atua como motorista de aplicativo em Prudente

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