O momento vivenciado pelas famílias brasileiras com o isolamento social decorrente da pandemia fez com que os lares ganhassem mais atenção e visibilidade. A insegurança com outros investimentos, como aplicação financeira e bolsa de valores, também colaborou para que o mercado imobiliário se tornasse ainda mais atrativo para investidores. O fato é que o ramo imobiliário está em destaque e muitas dúvidas surgem, e uma delas é muito comum, se é melhor reformar ou construir?
A resposta passa pela análise de diversos fatores, e o peso de cada um pode mudar conforme o caso concreto e muitas vezes para uns pode ser melhor construir e para outros reformar. Irei abordar alguns fatores que podem influenciar nas escolhas.
Quando a escolha é pela reforma, deve ser avaliado o que se quer modificar, o impacto da obra, o custo e quanto isso vai agregar valor ao imóvel. Se o morador já for proprietário do imóvel e tiver interesse em lá permanecer, a melhor escolha é a reforma. Esta também é a solução quando o fator localização é prioridade na escolha do comprador e na região pretendida não há opções de terrenos. Porém, se a alteração for substancial ou há um desejo de mudança de concepção sobre o imóvel, a reforma não se torna a melhor opção. Exemplo: mudança de apartamento para casa ou até mesmo mudança de casa sobrado para casa térrea.
Para melhor explicar toda essa dinâmica que envolve a escolha entre reformar ou construir, convidei a arquiteta Alessandra Bertipaglia, excelente profissional e referência no mercado em Presidente Prudente e região: “O mercado vem sofrendo uma transformação e ficou bastante nítido nos últimos dez anos que o perfil do consumidor mudou , o mercado evoluiu e se especializou. A gente que trabalha com criação percebe que a aceitação do novo e a abertura do cliente para novas concepções, fugindo do trivial, é bem maior do que antes.
A resposta do que é melhor, se reformar ou construir, vai depender do que o cliente quer e está disposto a investir, além é claro, do grau de envolvimento emocional no que se refere a um imóvel existente, no caso, para uma reforma. O custo-benefício nesse momento é o que é mais avaliado. Quando há o apelo emocional envolvido, a proporção da reforma pode ou não se comparar ao preço de uma nova obra. O interessante é que podemos mensurar o que vamos gastar numa reforma, diante do que temos disponível de verba.
Independente disso, qualquer projeto, seja de construção de um novo imóvel, assim como, a de uma reforma, o importante é estar bem assessorado por bons profissionais para que possa executar e apresentar a melhor solução para cada cliente, em especifico. Com um projeto bem elaborado e detalhado, podemos ter todos os orçamentos para a obra, na ponta do lápis e programarmos tudo antes do começo da sua execução.
Vivemos em uma panela de pressão com o trabalho e a pandemia fez com que olhássemos mais para nossa casa, para as nossas necessidades, muitas vezes esquecidas com a correria do dia a dia. Seja para reformar ou construir, o mercado está bem animado, posso dizer que a procura triplicou”, conclui Alessandra.
O mercado imobiliário está aquecido e os números estão cada vez melhores, batendo recorde atrás de recorde, como, por exemplo, a criação de 45 mil vagas de emprego somente em setembro e aumento de 58,9% de vendas em agosto comparado ao mesmo mês em 2019. E o que isso significa para a construção civil? Tendo em vista que a pandemia afetou a rotina de produção e o estoque das empresas, aliados ao aquecimento do mercado imobiliário, houve um aumento nos preços das matérias primas, como cimento, tijolo, ferro e outros. O valor irá retornar ao patamar anterior à pandemia? É difícil tirar alguma conclusão, mas aos poucos deve normalizar a produção e os preços tendem a baixar.
A expansão do setor imobiliário deve continuar em 2021 e o mercado (imóveis construídos) não absorveu totalmente o aumento dos valores dos materiais de construção, assim a compra de imóvel para reformar neste momento pode se tornar atrativo neste aspecto, e mesmo com a inflação dos insumos do ramo da construção civil, o mercado imobiliário se mantém bem mais atrativo do que aplicações financeiras e investimentos na bolsa de valores.