Ela chega de forma silenciosa e tem sintomas que podem ser facilmente confundidos com uma gripe comum, por exemplo. No entanto, pode causar sequelas graves ou até levar à morte em poucas horas. A meningite, inflamação das membranas que revestem o cérebro e a medula espinhal, exige atenção imediata e, principalmente, prevenção. O assunto é evidenciado pela Unimed de Presidente Prudente diante do Dia Mundial de Combate à Meningite, lembrado nesta quinta-feira.
“A meningite é um tipo de doença em que há uma inflamação em uma membrana que reveste o cérebro e pode ter várias causas”, explica o pediatra Regis Ricardo Assad, cooperado da Unimed e presidente do Departamento Científico de Pediatria Ambulatorial da Sociedade de Pediatria de São Paulo.
Os sintomas nem sempre são óbvios, principalmente quando se tratam de bebês e crianças pequenas. “Dependendo da idade da criança, os sintomas podem ser difíceis de identificar. Mas, de um modo geral, dá febre, dor de cabeça, náuseas ou vômitos, sonolência, falta de apetite. Pode dar convulsão também. Existe uma rigidez da nuca, fontanela abaulada [moleira levantada] e outros sinais que o médico sabe diagnosticar”, afirma.
A doença pode evoluir rapidamente, conforme alerta o pediatra. “Desde a morte, como também lesões neurológicas permanentes: coma, deficiência intelectual, paralisias, surdez, entre outros”, cita.
A boa notícia é que a medicina oferece defesa eficaz: as vacinas. “Existem várias vacinas que protegem contra as meningites bacterianas. Algumas bem conhecidas: contra a meningite meningocócica, que inicia com 3 meses de idade, e contra as bactérias pneumocócicas e a Haemophilus, oferecidas já aos 2 meses”, explica Assad. No entanto, ele lembra que não há vacina contra as meningites virais, que são as mais comuns.
Mesmo assim, a recomendação é clara: vacinas e carteirinhas em dia. “Os pais precisam confiar nas vacinas e levar seus filhos para vacinar. O SUS [Sistema Único de Saúde] ainda não possui todas essas vacinas, mas as disponíveis são essenciais. Vacina salva vidas”, reforça.
Além da imunização, a prevenção passa por cuidados simples no dia a dia, especialmente durante o outono e o inverno, quando há maior circulação de vírus e bactérias. “Evitar aglomerações e locais fechados com muitas pessoas é uma das formas de reduzir o risco de contágio”, orienta o especialista. Assad também alerta os pais que a criança, quando doente, não deve ir à escola. Isso protege não só ela, mas também os colegas.
Outras formas de prevenção incluem a vacinação contra a gripe, participação nas campanhas sazonais e o incentivo à amamentação exclusiva até os seis meses de vida, fundamental para o fortalecimento do sistema imunológico dos bebês. “A gestante também deve estar com as vacinas em dia, conforme orientação médica. Isso contribui para a proteção do bebê desde a gestação”, acrescenta.
Nos casos suspeitos, o diagnóstico é feito com a coleta do líquor. “As meningites bacterianas são tratadas com antibióticos e outros cuidados importantes, como controle da hidratação, dos distúrbios hidroeletrolíticos e das convulsões”, pontua o especialista.