Mais um espetáculo toma vida no palco do auditório do Sesi do Furquim, em Presidente Prudente, às 20h de hoje. A peça “Candim” da Companhia de Teatro Casa Amarela, de Catanduva (SP), aborda a vida e história do pintor brasileiro Cândido Portinari (1903-1962). A apresentação gratuita é a sexta do Território Sesi-SP de Arte e Cultura, projeto com 14 apresentações que tem como objetivo disseminar na sociedade as múltiplas linguagens como música, artes cênicas e literatura.
Segundo José Carlos Rodrigues, 51 anos, ator, produtor e um dos fundadores da Casa Amarela, lá se vão seis anos desde que desembarcaram pela primeira vez em Presidente Prudente no Fentepp (Festival Nacional de Teatro de Presidente Prudente) e no Sesc Thermas. E por carregar essa experiência na mala, a expectativa da volta é boa, uma vez que, considera a cidade uma grande fomentadora cultural.
O produtor comenta que “Candim” em 16 anos, desde sua primeira apresentação, espetáculo foi apresentado em mais de mil cidades do Brasil e Portugal.
“É uma peça que mexe muito com o público, tanto adultos quanto crianças, porque trata de assuntos como sonhos e força de vontade”, expõe. Conforme José Carlos, a ideia é dar aos prudentinos a oportunidade de viajar no tempo e voltar às raízes da infância. Ele adianta que a história começa com Portinari já velho, retornando às lembranças de criança pobre e sonhadora do município de Brodowski, no interior de São Paulo.
“O objetivo da companhia é produzir espetáculos que possam transformar as pessoas. Que aquelas que forem assistir, saiam da sala de teatro diferente de como entraram. Esse é o diferencial do nosso trabalho, cada apresentação é diferente, como se fosse a primeira. A ideia é fazer com que as pessoas se identifiquem com a história e que levem para suas vidas a mensagem”, explana.
Valor de um sonho
Segundo José Carlos, mesmo com tantos anos de lançamento, o espetáculo nunca foi tão atual. Conforme ele, hoje em dia a sociedade está muito desacreditada e desmotivada em relação aos objetivos e construção do futuro. “A peça traz de volta coisas que as pessoas sentem falta, muitas vezes de forma inconsciente, como brincadeiras de criança, esperança. Fazemos um resgate profundo na infância, nas razões para acreditar, lutar por um mundo melhor e pelas coisas que idealiza”, ressalta.
Outro ponto da peça que o produtor destaca como maior lição de vida é a vitória de Portinari diante de seu maior medo de infância, o espantalho. “Mesmo sem perceber você acaba se identificando com o menino que não tinha condições para comprar lápis de cor, sonhava em ser pintor e aos poucos, tijolo por tijolo, construiu seus sonhos”, menciona.
E para ajudar as pessoas a mergulharem nesse universo de superação, luta e conquista de sonhos, a Casa Amarela investe na sonoplastia, pois, de acordo com José, a música é fundamental, uma vez que, potencializa as emoções. “Nos ajuda a contar a história e proporcionar exatamente a sensação de cada momento, toca nas memórias das pessoas e faz com que reflitam sobre sua própria trajetória”, acentua.
Sobre a importância do teatro no meio social, José Carlos denota que não consegue imaginar um mundo sem acesso à arte. “Não tem como fazer com que uma criança, por exemplo, cresça sem conhecimento cultural e o teatro ajuda a desenvolver o bom senso, o senso crítico, questiona. Ou seja, é fundamental para enriquecer o ser humano”, ressalta.
Difusão social
Segundo a mediadora cultural do Sesi Furquim, Hilda Pereira de Souza, o projeto Território Sesi-SP de Arte e Cultura tem como objetivo dois principais aspectos: facilitar o acesso à arte e aproximar a população prudentina de trabalhos e companhias de outras regiões, que realizam trabalhos de qualidade, como é o caso da Casa Amarela.
“A missão é trazer reflexão, incentivar o senso crítico e a percepção de mundo. No caso da peça ‘Candim’ é, além disso, fortalecer a ideia da capacidade, superação e de luta pelos seus sonhos. Os adultos podem se emocionar ao voltar à infância e as crianças se inspirar ao ver a superação de Portinari”, enfatiza Hilda.
SAIBA MAIS
Cândido Portinari
Segundo o Portal Portinari, o artista nasceu em 30 de dezembro de 1903 em uma fazenda de café no povoado de Brodowski, no interior de São Paulo. Filho de imigrantes italianos e com uma infância pobre, Portinari sempre sonhou em ser pintor. Desde criança, apresentava traços de intimidade com os desenhos. Começou suas produções aos 9 anos e traçou aos poucos sua caminhada até se tornar um dos maiores pintores de seu tempo.
Sobre suas características, Portinari era conhecido pelas cores fortes e ganhou fama nacional e internacional com obras que retratavam o povo e a realidade brasileira. Destas, é possível destacar “Baile de Roça” (1924), “Retirantes” (1944) e os painéis “Guerra e Paz” (1956) elaborados para a ONU (Organizações das Nações Unidas). Em suas telas, o artista sempre buscava trazer um forte caráter social, cultural e político.
“A peça traz de volta coisas que as pessoas sentem falta, muitas vezes de forma inconsciente, como brincadeiras de criança, esperança. Fazemos um resgate profundo na infância”
José Carlos Rodrigues
fundador da Casa Amarela
FICHA TÉCNICA
Texto e Direção: Drika Vieira e Carlinhos Rodrigues
Elenco: Drika Vieira e Carlinhos Rodrigues
Músicas: Nelson Costa Junior, Antonio Nolli, Neclair Nolli e Fábio Augusto
Figurinos: Drika Vieira
Cenário: Drika Vieira e Carlinhos Rodrigues
Iluminação: Carlinhos Rodrigues
Operação de luz e som: Jones Vieira
Produção Executiva: Drika Vieira
Produção visual: Carlinhos Rodrigues
Realização: AC Produções Artísticas Ltda-ME
Serviço
A peça “Candim” é gratuita e será apresentada às 20h de hoje, no auditório do Sesi do Furquim que está localizado na Avenida Ibraim Nobre, 585, Parque Furquim em Presidente Prudente. As reservas de convites podem ser realizadas pelo número (18) 3901-8101.
