A Galeria Takeo Sawada, do Centro Cultural Matarazzo de Presidente Prudente, está com mais uma exposição, até o dia 8 de maio, que é de surpreender quem aprecia a arte do pintar, principalmente abstratos. A mostra denominada "Movimento Livre" conta com 21 obras, sendo 18 telas e três esculturas, da prudentina Mariângela Vidal, que hoje mora em Santos (SP), tem a curadoria de Marta Ardezzoni de Oliveira e Maria José Sobral, que resolveram, segundo a artista, compor uma retrospectiva de duas fases de suas produções, desde as pinturas abstratas do início dos anos 2000, até as pinturas mais atuais, produzidas a partir de resíduos. A visitação é gratuita.
Mariângela comenta que a natureza é sua principal fonte de inspiração, além de suas experiências, situações cotidianas, especialmente aquelas que remetam a uma poesia em movimento. "A representação do movimento em meus traços remete a uma reflexão interna do meu próprio eu. Meus trabalhos envolvem pintura à óleo, acrílica e aplicação de resíduos. As peças ora são puras, sobre a tela, ora misturadas a granalhas de aço, metal triturado e microesferas de vidro", expõe a artista.

Primeiro contato de Mariângela com a arte foi com José Botosso
A resistência de Mariângela em se fixar em um estilo, tema ou conteúdo, tem origem em sua própria biografia. Com sua mudança do interior para o litoral, ela não somente muda de ambiente cultural e social, como entra em outra esfera artística.
É nessa fase que ela troca a segurança de uma pintura abstrata e informal, por um confronto com a pintura misturada com resíduos em aço, metal e vidro. Nesse momento, as cores e os largos ritmos livres das pinceladas se intensificam. Essa mudança estilística só foi possível em razão de novas realidades internas da artista que envolvem seu próprio sentimento de vida.
"Eu não sou seguidora de sistemas ou normas. Eu não tenho nenhum compromisso programático. Busco apenas uma arte mais moderna, livre, que seja capaz de expressar uma síntese dos meus sentimentos", acentua.
Arte que domina
"Trabalho com arte desde os 20 anos, quando ainda cursava a faculdade de Direito. Depois de formada, cheguei a conciliar, por um tempo, a advocacia com a carreira artística. Contudo, desde o ano de 2005, passei a me dedicar exclusivamente às artes", destaca Mariângela.
Quando perguntada sobre a referência de algum modo em algum artista ela dispara: "Tenho admiração pelo trabalho de vários artistas, mas minhas maiores referências são William Turner, Claude Monet, Gerhard Richter e Manabu Mabe!", exclama.
Mariângela fala com alegria que a arte é o espelho da sua alma. "Não posso ignorar o peso da memória impregnada e do acaso em meu processo criativo, mas, essencialmente, minhas obras são uma síntese da sensibilidade e da liberdade que me tocam", frisa.
Tempo
A artista plástica diz que gosta de pensar que suas obras revelam a mutação frenética da sociedade pós-industrial: mudança de cores, textura, luz e matéria. Trabalho com luz e imagens em contínua metamorfose. "A interpretação dessas mudanças materializadas em minhas obras é absolutamente livre. O expectador vê-se obrigado a aguçar e a ativar seus sentidos. Perder-se nessa interpretação, sem se preocupar com o tempo que corre, é a mensagem que gosto de idealizar", acrescenta.
O que explica a exposição "Movimento Livre", que reúne duas fases do seu trabalho. Segundo ela, com sua mudança do interior para o litoral, ela não somente mudou de ambiente cultural e social, como entrou em outra esfera artística.
"É nessa fase que troquei a segurança de uma pintura abstrata e informal, por um confronto com a pintura misturada com resíduos em aço, metal e vidro. Nessa fase, as cores e os largos ritmos das pinceladas se intensificaram. Essa mudança estilística só foi possível em razão de novas realidades internas, que envolvem meu próprio sentimento de vida", exalta.
Breve histórico
Mariângela Senra Roncatti de Souza, é seu nome de batismo. "Mas desde criança assino Mariangela Vidal. Meu nome artístico, uma homenagem ao meu querido avô Wilson Senra Vidal!", exclama a artista que nasceu em 1979 em Presidente Prudente. Com 10 anos de idade ela frequentou um curso de desenho e teve o seu primeiro contato com a arte, pelas mãos do saudoso José Botosso.
Formada e pós-graduada em Direito, pela Toledo Centro Universitário e UEL (Universidade Estadual de Londrina), respectivamente, ela se mudou, em 2005, para São José do Rio Preto (SP), quando, então, começou a dedicar-se exclusivamente às artes plásticas. A partir do ano de 2013, passou a viver em Santos, onde inaugurou seu estúdio de arte. Ela frequentou cursos livres de desenho na Belas Artes, em São Paulo, e de fotografia, em Santos, com o fotógrafo Gino Pascoato. "Atualmente estou cursando a pós-graduação em História da Arte, pela FAAP (Fundação Armando Alvares Penteado), em São Paulo.
SERVIÇO
VISITAS
A visitação à exposição é gratuita e pode ser feita de segunda-feira a sábado, das 8h30 às 22h. O Centro Cultural Matarazzo fica na Rua Quintino Bocaiúva, 749, Vila Marcondes, Presidente Prudente. O telefone para mais informações é o (18) 3226-3399.