Após um ano de internação ao RDD (Regime Disciplinar Diferenciado), em Presidente Bernardes, Marco Willians Herbas Camacho, Marcola, conhecido por ser líder de uma facção criminosa que age dentro e fora dos presídios, e outros 12 detentos que estão diretamente ligados ao mesmo grupo criminoso, foram transferidos na manhã de ontem para a Penitenciária Maurício Henrique Guimarães Pereira, a P2 de Presidente Venceslau. Segundo informações da SAP (Secretaria de Administração Penitenciária do Estado de São Paulo), eles já cumpriram os 365 dias no regime diferenciado, prazo máximo de internação, conforme previsto pela lei.
O prazo foi vencido na sexta-feira, após os indiciados serem encaminhados ao RDD, por conta do envolvimento dos mesmos como réus da Operação Ethos, impulsionada pelo MPE (Ministério Público Estadual). O promotor de Justiça, Lincoln Gakyia, que representa o Gaeco (Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado), conta que na época, a investigação julgou necessário que tais sentenciados fossem direcionados ao regime diferenciado, que representa a situação mais rígida de encarceramento.
“No que diz respeito à Operação Ethos, eles já cumpriram o tempo de internação previsto, foram denunciados, mas ainda não foram condenados. Caso novos fatos e provas apareçam, um novo pedido será feito”
Lincoln Gakyia,
promotor do Gaeco
Apesar de tudo, o promotor entende que eles voltam a uma unidade prisional que, após o RDD, é considerada a penitenciária mais segura do Estado. Contudo, o prazo de um ano, ainda de acordo com ele, “não é suficiente”. “A gente entende e precisa que a sociedade e o Legislativo também percebam que esse tempo em um regime mais rígido não é o suficiente, uma vez que fora do RDD já foi comprovada que ainda existem articulações e comandos de líderes como o próprio Marcola e Fernandinho Beira-mar, por exemplo, mesmo dentro da cadeia”, argumenta.
Para que o tempo de internação seja alterado, o MPE já tem pleiteado, mediante ao Legislativo, para que haja essa consciência de que o tempo não é o necessário e uma alteração na lei seja feita. Mas enquanto isso não ocorre, o retorno dos presos ao RDD só será feito, uma vez que haja novas investigações, novas provas de envolvimento em novos crimes. “No que diz respeito à Operação Ethos, eles já cumpriram o tempo de internação previsto, foram denunciados, mas ainda não foram condenados. Caso novos fatos e provas apareçam, um novo pedido será feito”, pontua o promotor.