Março Lilás: mês de conscientização e combate ao câncer do colo do útero

Ginecologista Renata Melo Campos ressalta a importância de tomar a vacina contra o HPV para diminuir o risco da doença

Saúde & Bem Estar - Cassia Motta

Data 14/03/2025
Horário 08:10
Foto: André Araújo/Governo do Tocantins
Vacina contra HPV pode prevenir 70% dos cânceres de colo de útero
Vacina contra HPV pode prevenir 70% dos cânceres de colo de útero

O mês de março marca um período de atenção especial à saúde da mulher. A campanha “Março Lilás” tem como objetivo conscientizar a população sobre a prevenção e combate ao câncer de colo uterino. Segundo a médica ginecologista Renata Melo Campos, de Presidente Prudente, o câncer de colo de útero é causado pela infecção persistente por alguns tipos do HPV (papilomavírus humano). “A infecção pelo vírus HPV é responsável por 99% dos cânceres de colo de útero. O HPV é um vírus sexualmente transmissível”.

A médica ressalta que a importância da conscientização sobre este tipo de câncer é que na grande maioria das vezes ele pode ser evitado. “Quando descoberto precocemente, a chance de cura chega a 100% com o tratamento. Mas, existe uma maneira de diminuir o risco de desenvolver a doença: a vacina contra o HPV. Imagine que todos os cânceres pudessem ser preveníveis com uma vacina. O câncer de colo de útero pode”, ressalta a médica.

Segundo Renata, o Brasil, através do SUS (Sistema Único de Saúde), disponibiliza a vacina contra o vírus HPV para meninas (9 a 14 anos) e meninos (11 a 14 anos), podendo prevenir 70% dos cânceres de colo de útero, além de homens e mulheres transplantados, pacientes oncológicos em uso de quimioterapia e radioterapia, pessoas vivendo com HIV/aids e vítimas de violência sexual.

Outra forma de prevenção, segundo a ginecologista, está relacionada ao uso regular de preservativo e visita frequente - pelo menos 1 vez ao ano - ao ginecologista, medidas que podem diminuir a chance de desenvolver a doença.

Preventivo

A doença pode ser diagnosticada em mulheres em qualquer idade, mas é mais comum em mulheres entre 35 e 44 anos. Um dos exames que asseguram sua prevenção é o papanicolau - um método de rastreio do câncer de colo de útero. “Ele deve ser realizado para todas as mulheres que já iniciaram atividade sexual, entre 25 e 64 anos, anualmente”, afirma a médica.

Sintomas e tratamento

A ginecologista explica que o câncer de colo de útero - no geral - é uma doença silenciosa ou assintomática, por isso a necessidade anual de realizar o exame preventivo.

Geralmente, os sintomas surgem em casos mais avançados e podem variar como dores pélvicas, sangramentos vaginais irregulares, corrimentos vaginais, dor ou sangramentos após a relação sexual, fadiga e perda de peso.

O tratamento depende do estágio da doença. Segundo a médica, ele pode variar em tratamento cirúrgico de alta frequência, conização (procedimento cirúrgico que remove uma parte do colo do útero em formato de cone), histerectomia (cirurgia que remove o útero, podendo ser total, parcial ou radical), radioterapia e quimioterapia. “Quanto mais precoce é o diagnóstico, menos agressivo é o tratamento”, acrescenta a médica.

Foto: Cedida 

Renata, ginecologista: “Infecção pelo vírus HPV é responsável por 99% dos cânceres de colo de útero”

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