Cerca de 200 pessoas participaram anteontem, em Presidente Bernardes, da 1ª Marcha pela Reforma Agrária, cujo intuito foi chamar a atenção das autoridades locais para o cenário fundiário do Pontal do Paranapanema. A manifestação, organizada pelo Acampamento Monte Sião, percorreu por 1,5 quilômetro (km) pelo centro do município. De acordo com a cabo da Polícia Militar (PM) da cidade, Mariuza de Fátima Cerazi, "a ação foi realizada de forma pacífica e dentro das normalidades".
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Acampados foram às ruas de Bernardes, no domingo, em favor da reforma agrária
O representante da marcha, Benedito Marciano Vicente, diz que a marcha superou suas expectativas. "Foram às ruas mais pessoas do que imaginávamos". Conta que estimou um número não superior a 100 pessoas, mas afirma que 200 participaram. "Isso significa a indignação das pessoas e, além disso, mostra a força do povo", declara.
Expõe que o intuito da caminhada é "acordar a Justiça" para incentivo da produção agrícola e a reforma agrária. "Precisamos da Justiça para nos apoiar e, deste modo, produzirmos nossos alimentos", pontua. Ele diz também que a marcha busca um diálogo com as autoridades. "Aqui deveria ter uma vara jurídica que tratasse das questões agrárias, mas não tem", ressalta.
Comenta que se existissem políticas agrárias, não haveria a necessidade de invasão de terras. "O Pontal do Paranapanema é o décimo perímetro agrário onde o conflito se arrasta por muitos anos, isso tem que acabar", ressalta. Vicente expõe que a reforma agrária dá oportunidade às populações rurais carentes, aos pequenos agricultores que não têm condições de prover sua subsistência, além disso, fornece meios de sobrevivência a eles, o que levaria ao aumento de sua produtividade.
O percurso saiu de frente à Base da Polícia, na Rua Coronel Manoel Roberto Barbosa, e foi encerrado na Rua Tebet Jacob. "Fizemos tudo de forma pacífica e sem prejuízos ao patrimônio público". A polícia confirmou informação. "Nada foi atípico", completou Cerazi. A Federação da Agricultura Familiar (FAF) e a Central Única dos Trabalhadores (CUT) deram suporte à iniciativa.
Invasão e saídas
Cerca de 180 integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) permanecem desde sábado na Fazenda São José, em Tarabai, segundo a Polícia Militar (PM). A ação é pacífica. O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e a Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp) foram procuradas, mas não se posicionaram até o fechamento desta matéria.
De acordo com o Fórum de Pirapozinho, os invasores que permanecem na Fazenda São Domingos, em Sandovalina, desde o dia 4 deste mês, tinham até ontem para sair do local. Já em Sandovalina, a militante Edna Maria Sorriani disse que chegou o pedido de reintegração de posse e a retirada ocorre hoje. Eles estão na propriedade Floresta desde o dia 26 do mês passado.