Manifestações de caminhoneiros são dispersadas em rodovias da região

Durante a manhã, Polícia Rodoviária registrou quatro pontos de mobilização no oeste paulista; entidade que representa setor diz não apoiar movimento

REGIÃO - CAIO GERVAZONI

Data 09/09/2021
Horário 15:28
Foto: Polícia Rodoviária
Teodoro Sampaio também registrou bloqueio nesta quinta
Teodoro Sampaio também registrou bloqueio nesta quinta

Desde terça-feira, feriado de 7 de setembro, caminhoneiros - inflamados pelo presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido) - promovem uma série de bloqueios nas rodovias de diversos Estados da federação. Hoje, foi divulgado um áudio em que o presidente pede aos motoristas para que desfaçam as paralisações nas estradas do país. No oeste paulista, ao longo da manhã desta quinta-feira, a Polícia Militar Rodoviária registrou quatro pontos de manifestação, que já vieram a ser dispersados: 

De acordo com o capitão da Polícia Rodoviária, Daniel Martins, as manifestações foram pacíficas e nos locais onde elas ocorreram não houve interdição das pistas. “Na verdade, eles não podem invadir a pista até pelo risco de acidentes. Então, foi pelo acostamento mesmo. Eles estacionaram por lá e demos a segurança para que ninguém fosse atropelado”, relata.

O capitão pontua a orientação passada na conversa com os caminhoneiros. “Nós deixamos bem claro para eles: ‘podem se manifestar, é claro, mas só que é livre a locomoção em território nacional’. Então, um direito não pode interferir no outro. Quem quiser seguir [a manifestação], vai seguir. Quem quiser avançar, vai avançar. E ninguém vai ser coagido a parar”, declarou o policial. Segundo o oficial, o único ponto, em que ainda há uma certa movimentação, é o de Teodoro Sampaio. 

Em nota à imprensa, divulgada no início da tarde desta quarta-feira, a SSP (Secretaria de Segurança Pública) informou que “18 manifestações em rodovias paulistas foram encerradas e não há, neste momento, nenhum bloqueio ou interrupção total na malha viária estadual. Nos municípios de Bebedouro, Caraguatatuba, Franca e Teodoro Sampaio, há pontos com fluxo parcial de veículos. As forças de segurança seguem monitorando toda malha viária estadual, a fim de garantir a fluidez no trânsito, a segurança e o direito de ir e vir de todos”. 

Foto: Polícia Rodoviária - Bloqueio registrado em Mirante do Paranapanema nesta manhã

Não apoia

Também nesta quinta-feira, a CNT (Confederação Nacional de Transporte), maior entidade que representa o segmento no país, posicionou-se em relação aos bloqueios promovidos pelos caminhoneiros:

“A entidade informa que não apoia nenhum tipo de paralisação e reafirma o compromisso do setor transportador com a sociedade e com o inegociável direito de ir e vir. A CNT também esclarece que desconhece o teor da pauta desses profissionais. Os bloqueios nas rodovias podem provocar sérios transtornos à atividade econômica, impactando diretamente o abastecimento das cidades brasileiras, em um contexto ainda marcado pela pandemia da Covid-19. Poderá haver graves dificuldades para realizar o transporte de produtos de primeira necessidade da população, como alimentos, medicamentos e combustíveis - atingindo assim a produção, o comércio e, por extensão, o consumidor final.  A CNT conta com a ação dos governos federal e estaduais para assegurar às empresas de transporte rodoviário de cargas o seu pleno exercício. Nesse sentido, a entidade espera que a PRF (Polícia Rodoviária Federal) - instituição reconhecida pela excelência na sua atuação - trabalhe, decisivamente, para retirar os bloqueios e garantir a segurança nas nossas estradas. Asseguradas tais garantais, as transportadoras asseveram o restabelecimento da normalidade no abastecimento do país”. 

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