Ontem, este diário noticiou que o governador João Doria (PSDB) anunciou investimentos de R$ 6 bilhões na reestruturação da malha ferroviária de São Paulo, sendo que entre os ramais desativados que serão recuperados está o de Panorama-Bauru (369,1 km), que atravessa municípios da Nova Alta Paulista. A iniciativa, no entanto, deixou de fora outro trecho importante para a região, o que contempla as cidades da Alta Sorocabana, e que é motivo de inúmeros trabalhos de entidades regionais que buscam a reativação, assim como o desenvolvimento local. Por isso, ontem a reportagem procurou o Estado, a UEPP (União das Entidades de Presidente Prudente e Região) e a empresa responsável pela malha, a Rumo, para saber quais critérios foram levados em consideração e repercutir o caso.
Para Marcelo Fristchy, presidente da UEPP, a ação e os investimentos são vistos com bons olhos, já que contemplam a passagem e a reativação por importantes cidades, como, por exemplo, Adamantina, Dracena e Osvaldo Cruz. “Embora, lamento que o trecho que liga Presidente Epitácio a Presidente Prudente não esteja contemplado neste plano, mesmo porque, como sabido, Prudente foi inserido na Malha Sul, e a tal renovação atende apenas à Malha Paulista”.
Marcelo afirma, no entanto, que a UEPP continua em tratativas com a concessionária, a Rumo, que, segundo ele, garantiu apresentar um estudo em 11 de novembro. “Seguimos confiantes de que a empresa enxergará nossa demanda regional”.
SEGUIMOS CONFIANTES DE QUE A EMPRESA ENXERGARÁ NOSSA DEMANDA REGIONAL
Marcelo Fritschy
A reportagem procurou também o Estado, por meio da Secretaria de Logística e Transporte, com o questionamento sobre os critérios da escolha dos ramais ferroviários, mas foi informada de que o indicado seria fazer os questionamentos junto à Rumo. A empresa, por sua vez, lembrou que os trilhos que passam por Prudente são da Malha Sul e, por isso, não fazem parte das contrapartidas previstas na renovação da Malha Paulista.
Em nota, afirmou que os investimentos que serão feitos pela empresa na Malha Paulista ao longo da concessão somam R$ 6 bilhões e comentou que as obras atenderão 72 municípios, com uma geração de empregos diretos e indiretos estimada em 134 mil vagas. “A Malha Paulista conecta todas as regiões do Estado de São Paulo num conceito de multimodalidade, propiciando aos produtores paulistas eficientes soluções logísticas – tem integração com as hidrovias do Rio Tietê, na cidade de Pederneiras, e do Rio Paraná, em Panorama, além da abrangente malha rodoviária paulista”.
Afirmou ainda que os investimentos em obras, trilhos, vagões e locomotivas injetarão recursos privados na ampliação da capacidade de transporte, além de gerar empregos. Assim, segundo a Rumo, a concessão vai aumentar a capacidade de transporte e minimizar conflitos entre ferrovia e zonas urbanas. “Ao todo, cerca de 5 milhões de pessoas serão beneficiadas com mais segurança viária”.
SAIBA MAIS
SP anuncia recuperação de ramal na Nova Alta Paulista; trecho da Alta Sorocabana fica de fora