É realmente difícil de compreender o que tem levado tantos pais a negligenciarem a saúde de seus filhos, os colocando em sério risco por lhes ser negado o direito à vacinação. Infelizmente, a cada ano que passa, a adesão às campanhas de imunização diminui. Como noticiado por O Imparcial, maior cidade regional, Presidente Prudente está classificada pelo Ministério da Saúde como cidade de alto risco para o retorno da paralisia infantil. A notícia é estarrecedora e deve ser amplamente divulgada para, quem sabe, conscientizar muitos pais e responsáveis negligentes.
Importante observar que o último caso de poliovírus selvagem no Estado de São Paulo foi registrado na região de Prudente, na cidade de Teodoro Sampaio, em 1988. Já os últimos casos do Brasil foram em 1989, nos Estados do Rio Grande do Norte e Paraíba. Desta forma, há 33 anos não há casos desta terrível doença no país, que é extremamente contagiosa, podendo infectar crianças e adultos e, em casos graves, acarretar paralisia nos membros inferiores.
Talvez essa lacuna de tempo explique parte da negligência desses pais: como muitos não viram e não conhecem ninguém que teve a vida totalmente modificada pela poliomielite, acabam não dando a devida importância à vacinação, que é a única forma de prevenção. Portanto, todas as crianças menores de cinco anos devem ser vacinadas.
Ignorância, falta de conscientização, negligência, negacionismo. Faltam palavras para classificar o comportamento desses pais que não levam seus filhos para se vacinar. Como bem enfatizou o promotor de Justiça da Infância e Juventude de Presidente Prudente, Marcos Akira Mizusaki, toda criança tem o direito à vacinação, independentemente da vontade dos pais. “O direito à saúde é indisponível e deve ser assegurado à criança”. Portanto, passou da hora dos pequenos que ainda não receberam a gotinha contra a pólio serem levados aos postos de saúde. Precisamos de mais responsabilidade!
