Luz no fim do túnel?

OPINIÃO - Marcelo Fritschy

Data 09/06/2020
Horário 04:39

Há duas semanas, a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestre) e a empresa Rumo assinaram a prorrogação antecipada do contrato de concessão da ferrovia Malha Paulista. Serão R$ 6 bilhões investidos em obras, trilhos, vagões e locomotivas. A União irá arrecadar R$ 3 bilhões em tributos pagos pela concessionária durante todo o contrato, e nos próximos seis anos, serão R$ 600 milhões de impostos aos cofres públicos.

Fato é que Presidente Prudente foi excluída da Malha Paulista, pertencendo agora à Malha Sul (Presidente Epitácio a Ourinhos). Quando os representantes da concessionária vieram ao nosso município há cerca de um ano, deixaram explicitamente claro que para discutir o destino da Sul, primeiramente teria que ser deliberado a Paulista. Com o atual desfecho, nossa situação é um misto de esperança e preocupação, pois não há previsão tanto do retorno ou devolução do trecho regional.

Com valores tarifários abusivos, eles alegam falta de demanda. Por outro lado, nós, da UEPP (União das Entidades de Presidente Prudente e Região), já comprovamos a demanda de 1 milhão de toneladas/ano. Ademais, no final do ano passado, estivemos no Ministério da Infraestrutura para solicitar que na renovação da concessão à Malha Paulista, ao menos fosse mantida a obrigação da Rumo voltar a operar o ramal de Jaú (Bauru, Marília, Tupã, Osvaldo Cruz, Parapuã e Panorama).

Desde quando recebeu a concessão, em 2015, a Rumo não investiu um centavo sequer em Presidente Prudente. Nossos trechos continuam sucateados, vítimas do vandalismo e corroídos pelo tempo. Além disso, a falta de ferrovias inviabiliza o Porto de Presidente Epitácio, fato que provoca um grande impacto negativo e agressivo no desenvolvimento da região pela falta de logística do transporte. 

Diante de todo esse cenário de descaso com nossa região, conclui-se que há muito tempo a Rumo já deixou de observar a função social e de integração da ferrovia para privilegiar apenas onde haverá lucros astronômicos, sem dar viabilidade econômica nos demais ramais de acesso.

Não podemos ficar de braços cruzados! Nós, sociedade civil, devemos cobrar uma postura de deputados estaduais e federais, governo do Estado, Ministério da Infraestrutura e demais autoridades em busca de apoio para essa reivindicação com foco no desenvolvimento regional.

 

 

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