Fechando o ano com glória e champagne! Emoção do começo ao fim, mas a chegada com velocidade próxima aos 80 km/h (quilômetros por hora) foi de arrepiar a quem assistiu ao Rachão do Milão – Taça Cidade de São Paulo, uma prova de ciclismo informal e emocionante, realizada na capital, no domingo, com mais de 500 atletas. Mais emocionante ainda para a família Lobo ver dois dos seus ocupando dois dos pódios dos cinco melhores do país: Caique Damasceno Lobo e Almir Rogério Lobo, da Liane Alimentos/Lobo Fitness, 3º e 4º lugares, respectivamente!
Maurício Lobo, pai de Caíque e irmão de Almir, que fez papel de técnico pela primeira vez, diz que como pai está muito feliz e que este foi o valioso presente que ganhou de aniversário (ontem). “Isso foi o que respondi a ele quando acordou e veio me abraçar e parabenizar! Sua performance impecável! Estou muito feliz”, comemora. E mais, ele foi convocado para a Seleção Brasileira de Paraciclismo, “mas como não temos apoio nenhum, infelizmente, e a primeira convocação é para a Copa do Mundo de Ciclismo [se não me engano no Canadá de janeiro para fevereiro], terá que ir com recursos próprios. Se conseguirmos angariar fundos para esta participação, ele automaticamente estará convocado para a próxima de março, e conseguindo bons resultados lá fora e alguns aqui no Brasil, tem chance até de ir para as Olímpiadas de Tóquio!”, exclama Maurício, lembrando ainda de Rafael Patero, que foi de grande valor nessa conquista.
“CONSEGUIR COLOCAR DOIS CICLISTAS EM UMA PROVA IMPORTANTE COMO ESSA ENTRE OS CINCO PRIMEIROS ERA UMA COISA INIMAGINÁVEL NA MINHA CABEÇA. TINHA FÉ EM UM PÓDIO E QUE PELO MENOS UM DOS DOIS PUDESSE CHEGAR ENTRE OS DEZ”
Mauricio Lobo
Ele frisa que como pai não fez nada ontem, acordou às 7h e ficou grudado na TV que via Facebook transmitiu ao vivo. “Para quem quase perdeu um filho em um grave acidente de moto há dois anos, 60 dias em um hospital. Nove meses para retornar às suas atividades. Aos poucos começou a pedalar. Focado em musculação estava absurdamente forte e quando começou a pedalar viu que aquele corpo não comportava em cima de uma bike, começou a melhorar e pegou gosto pela coisa de novo. Foi quando surgiu a ideia do paraciclismo. Fez um 4º lugar na Copa do Brasil, em Leme. Viu que tinha chances de melhores resultados. É Deus!”, exclama o pai também ciclista.
PEDAIS ESTÃO NO
DNA DA FAMÍLIA
Maurício fala da quantidade absurda de ciclistas na prova. Acredita, inclusive, que tenha sido um recorde de participação de atletas em speed (ciclismo de estrada) no Brasil. “Fora a loucura por não terem conseguido fechar o trânsito, os ciclistas tendo que passar por entre os carros em certo momento. Foram vários obstáculos! Foram vários tombos, mais de cinco acidentes grandes e todos saíram ilesos. Eles superaram todas as dificuldades”, destaca Maurício, enfatizando que “foi um resultado surpreendente”. Segundo ele, tinha fé que chegariam entre os dez, mas os dois no pódio, isso nunca imaginou.
Ele menciona que até o diretor de prova, Zanata, em uma das filmagens quando ele chama o Caíque e na sequência Almir e nota que os uniformes são iguais, ele mesmo comenta admirado: “Poxa, mas dois entre os cinco numa prova disputadíssima de 100 km em duas horas de prova?!’.
“Ou seja, conseguir colocar dois ciclistas em uma prova importante como essa entre os cinco primeiros era uma coisa inimaginável na minha cabeça. Repito, tinha fé em um pódio e que pelo menos um dos dois pudesse chegar entre os dez. Desde domingo várias pessoas ligando, mandando mensagem no grupo e hoje [ontem] pela manhã um cara mandou: ‘rapaz isso ai é DNA da família Lobo! Não tem como, o Caíque retornou no pedal há nove meses depois do acidente e já está aí competindo assim em tão alto nível!’. Respondi que não, que isso é treinamento, dedicação, pois nossa família se dedica acima da média”.